Lupi perde cargo de assessor especial após dois dias

Ex-ministro foi nomeado por Eduardo Paes na sexta para representar o Rio em Brasília; prefeito, porém, voltou atrás

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Por SERGIO TORRES e RIO
Atualização:

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), exonerou o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do cargo de assessor especial da prefeitura do Rio em Brasília. A nomeação havia sido publicada na última sexta-feira no Diário Oficial do município. O ex-ministro do governo Dilma Rousseff durou apenas dois dias na função. Como a nomeação ocorreu às vésperas do carnaval, Lupi, certamente, não teve tempo de fazer alguma coisa. A exoneração foi anunciada pelo prefeito no Sambódromo, na noite de domingo. Pela função de assessor especial, o ex-ministro receberia salário de R$ 8,5 mil. De acordo com nota oficial divulgada pela assessoria de imprensa da prefeitura, a exoneração foi decidida de comum acordo. Após uma conversa, Paes e Lupi entenderam "por bem não ser adequado que ele (o ex-ministro pedetista) assuma as funções de assessor no gabinete do prefeito". O teor do comunicado contrasta com o tom entusiasmado de Lupi, ao falar na sexta-feira sobre a nomeação. "Ele (Eduardo Paes) quer que eu faça um trabalho pelos interesses do Rio, possíveis emendas, projetos. Fazer a ponte com Brasília. Como fui ministro e tenho boa relação com todo mundo, vou fazer esse meio de campo", dissera ele na ocasião. De volta este ano à presidência nacional do PDT, que integra a base aliada do governo municipal, Lupi é funcionário concursado da Prefeitura do Rio, onde ingressou em 1985. Ele deixou o Ministério do Trabalho no início de dezembro do ano passado. Estava no cargo desde 2007, nomeado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua gestão, a pasta teria se envolvido em negociações suspeitas com organizações não governamentais (ONGs) com quem firmara contratos. Além disso, Lupi acumulou dois cargos públicos irregularmente por cinco anos, o que é vedado pela Constituição. Com apoio da maioria dos membros da Executiva, Lupi voltou à presidência do PDT. O ex-ministro, porém, ainda enfrenta resistências no partido. Um grupo de pedetistas se opõe ao seu nome por entender que as suspeitas em torno de sua gestão no Ministério do Trabalho mancham a imagem da legenda.

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