Líder indica que PMDB pode apoiar gestão tucana

Eduardo Cunha, cotado para a Presidência da Câmara em 2015, afirma não ver dificuldade de participar da base de um eventual governo Aécio Neves

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Por Erich Decat e BRASÍLIA
Atualização:

Integrante da chapa da presidente Dilma Rousseff (PT) e considerado como fiel da balança para a composição de uma maioria no Congresso, dirigentes do PMDB já sinalizam para uma composição na Câmara com o PSDB, num eventual governo do candidato Aécio Neves. “Não vejo dificuldade nenhuma de se posicionar em apoio a um futuro governo Aécio”, afirmou ao Estado o líder do partido na Casa e deputado reeleito, Eduardo Cunha (RJ). O primeiro sinal nessa direção será dado nesta terça-feira, 14, quando a bancada deve se reunir em Brasília para discutir se tomará alguma posição oficial neste 2.º turno entre Aécio e a presidente Dilma Rousseff (PT). Ao contrário do que pretende a direção nacional, presidida por Michel Temer, vice da petista, deve prevalecer a opção de neutralidade. “A bancada está literalmente dividida e por isso não tenho que me posicionar. Eu almejo continuar como líder e, se quero isso, tenho que satisfazer a bancada”, destacou o deputado. A divisão da bancada, diz ele, reflete a divisão do PMDB nacional.

Cotado para a Presidência da Câmara em 2015, Eduardo Cunha (RJ) afirma não ver dificuldade de participar da base de um eventual governo Aécio Neves Foto: Andre Dusek/Estadão

Cotado para a Presidência da Câmara em 2015, Cunha evita se posicionar individualmente sobre a corrida presidencial. Ele afirma, no entanto, que Aécio representa mais o desejo de mudança da população. “O que vai decidir é que existe um desejo de mudança e esse desejo tem sido expressado pelos números do Aécio, que representa a rejeição a ela. Tem que levar em conta que quem é Dilma já votou na Dilma, ou seja, ela agrega muito pouco para o 2.º turno. Agora, qualquer mudança se dará no debate.”Independência. Na avaliação de Cunha, se Dilma for reeleita a posição do partido terá de ser avaliada. “Não deixamos de integrar a base do governo, mas optamos pela independência. Tanto que não indicamos nomes para substituir ministros. Essa nossa postura vai ter que ser conversada porque é uma decisão inclusive de quem vota na Dilma”, ressaltou. Um eventual apoio do PMDB, que elegeu 66 deputados, ampliaria a base parlamentar de Aécio, que cresceu nos últimos dias. Somando-se a coligação de PSDB com PMDB e apoios recentes, como os de Marina Silva (PSB, PPS, PRP, PHS e PSL), o PV de Eduardo Jorge e o PSC de Pastor Everaldo, ela chegaria a 232 dos 513 deputados. A coligação do tucano elegeu 138 deputados.

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