Lacerda é eleito prefeito de Belo Horizonte

Candidato do PSB tem o apoio de Aécio e Pimentel; Leonardo Quintão aparece com 40,85% dos votos

PUBLICIDADE

Por Agência Estado
Atualização:

O candidato do PSB à Prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, acaba de ser eleito. Ele obteve até as 19h15, 692.303 mil votos (59,15%) contra 478.159 mil votos (40,85%) do adversário Leonardo Quintão (PMDB). Até esse horário, haviam sido apurados 90,14% dos votos - o eleitorado da cidade é de 1,772,227 milhão de pessoas. Até este horário também, a abstenção era de 17,79% e 3,51% dos eleitores votaram em branco, enquanto 7,36% anularam. Lacerda tem como padrinhos políticos o governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) e o atual prefeito da capital mineira, Fernando Pimentel (PT). Veja também: Prefeito de BH defende 'convergência' entre petistas e tucanos Clima de cordialidade deixa debate ameno em Belo Horizonte Lacerda e Quintão aparecem tecnicamente empatados em BH Perfil dos candidatos de Belo Horizonte Geografia do voto: Desempenho dos partidos nas cidades brasileiras  Confira o resultado eleitoral nas capitais do País Lacerda, que começou a campanha com um dígito de intenção de voto, deu uma guinada em agosto. Em 15 dias, ele saltou de 9% para 40% e desbancou Jô Moraes (PCdoB), a adversária até então, que fez a curva inversa. Leonardo Quintão (PMDB) tirou o segundo lugar da comunista e chegou a 42% das intenções de voto na última pesquisa Ibope/TV Globo, realizada entre os dias 24 e 25 de outubro. Na mesma sondagem, Lacerda aparece tecnicamente empatado com Quintão, com 45% das intenções. A Justiça Eleitoral proibiu o uso de imagens e voz de Aécio nos programas de Lacerda porque o partido do governador - o PSDB - não faz parte da coligação do candidato. No entanto, o TSE liberou a participação no segundo turno. A força que catapultou Lacerda para a liderança em poucas semanas está na avaliação da gestão de seus padrinhos políticos. O governador Aécio Neves (PSDB) tem avaliação positiva de 86% - apenas 3% lhe dão avaliação negativa. O prefeito Fernando Pimentel (PT) tem avaliação positiva de 84% e negativa de 3%. Frente aos dois, a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - positiva para 63% e negativa para 8% - parece secundária. Quintão também embalou na popularidade de Aécio. "O governador Aécio também é meu aliado. Tenho, inclusive, amizade pessoal com o governador", ressaltou Quintão, em debate na TV, destacando ainda a condição de aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cujo governo o PMDB tem seis ministérios. O peemedebista teve crescimento considerável nas últimas pesquisas, criando a possibilidade de levar a eleição para o segundo turno. Quintão buscou tirar de Lacerda a primazia pelo bom entendimento com Aécio. 'Convergência entre pestistas e tucanos' O governador e o prefeito Fernando Pimentel (PT) conta com a vitória de Lacerda para manter viva a tese da "convergência" entre petistas e tucanos. Aécio e Pimentel apostaram seu prestígio na polêmica aliança. Se para o governador o sucesso da aliança representa o fortalecimento na disputa que trava com o colega José Serra (SP) pela indicação do presidenciável tucano em 2010, para o prefeito ela significa a possibilidade de concorrer ao Palácio da Liberdade com o apoio do atual chefe do Executivo estadual. Campanha no prejuízo A declaração de que Lacerda foi preso pela ditadura militar por crime comum e não político causou danos à campanha de Quintão à prefeitura de Belo Horizonte. De líder na pesquisa de intenção de votos no segundo turno, ele perdeu os 18 pontos de vantagem sobre Lacerda, Quintão teve de concentrar os esforços de campanha para se reconciliar com eleitores de esquerda que se solidarizaram com seu adversário. Quintão dedicou boa parte de seu horário eleitoral no rádio a elogios ao trabalho de ex-prefeitos do PT e do PSB na capital, além de enfatizar o apoio da candidata do PCdoB, derrotada no primeiro turno, Jô Moraes. "Vou governar com o apoio de Patrus. Vou continuar todos os projetos sociais de Patrus Ananias", afirmou o candidato, referindo-se ao atual ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que foi prefeito de Belo Horizonte pelo PT, entre 1993 e 1996. Patrus foi contrário à aliança do prefeito Pimentel (PT) com Aécio Neves (PSDB) em torno da candidatura de Lacerda, mas não declarou apoio a Quintão, a exemplo de outros petistas insatisfeitos. Além de Patrus, Quintão também fez vários elogios ao ex-prefeito Célio de Castro, eleito duas vezes pelo PSB e que morreu em julho passado, já filiado ao PT. (Com Carlos Marchi, de O Estado de S. Paulo, e Reuters)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.