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Lacerda adota tom mais agressivo no debate em BH

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Por Raquel Massote
Atualização:

Os dois candidatos a prefeito de Belo Horizonte que passaram ao segundo turno, Márcio Lacerda (PSB) e Leonardo Quintão (PMDB), mostraram ontem, em debate promovido pela TV Band Minas, suas estratégias para o segundo turno das eleições. Lacerda assumiu posição mais agressiva, questionando o adversário sobre sua experiência administrativa e suas propostas de governo. E iniciou o debate se defendendo das acusações sobre suposto envolvimento no escândalo do mensalão. Quintão preferiu evitar ataques diretos ao adversário e manteve a decisão falar ao eleitor. O candidato do PMDB surpreendeu no primeiro turno ao obter 41,26% dos votos válidos e ir para o segundo turno contra Lacerda, que teve 43,59% dos votos válidos, apoiado pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e pelo prefeito da capital, Fernando Pimentel (PT). Lacerda lembrou ao longo do debate o apoio e sua boa relação com o governador e o prefeito. O pessebista adotou um novo bordão de campanha - "Eu sei fazer" - um contraponto ao slogan da campanha do adversário - "Isso dá para fazer". A primeira pergunta dirigida por Lacerda a Quintão foi sobre o que considera "campanha difamatória" veiculada pela internet, na qual é acusado de participação no esquema do mensalão. No dia das eleições do primeiro turno o candidato do PSB atribuiu à distribuição de panfletos anônimos o crescimento da candidatura do adversário nos últimos dias da campanha. "Você acredita nesta acusação, Leonardo, você tem provas contra mim?", questionou o pessebista. "Eu pessoalmente respeito o senhor, as informações que eu tenho são de que o senhor tem bons aliados ao lado, mas isso é o eleitor que decide", devolveu Quintão. Lacerda decidiu então ler uma declaração assinada pelo deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) e pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator e presidente, respectivamente, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, que o retiraram do relatório final da comissão. Propostas Os planos para as áreas de saúde, transporte coletivo, educação infantil, investimentos no Metrô e o relacionamento de Belo Horizonte com os demais municípios da região metropolitana foram os principais temas debatidos pelos candidatos. Quintão repetiu exaustivamente que a arrecadação recorde da prefeitura, de R$ 302 milhões, prova que haverá recursos suficientes para seus projetos. O candidato do PSB provocou o adversário sobre sua experiência para administrar a cidade. Leonardo Quintão foi vereador da capital, deputado estadual e é deputado federal. "O próprio governador Aécio Neves recomenda que a gente seja vereador para ouvir as pessoas, sendo problemas individuais ou coletivos". Lacerda voltou à carga, alegando que Quintão não tinha tido tempo suficiente como vereador. "Apenas dois anos não dá para aprender. Não é experiência administrativa e gerencial", rebateu. Questionado sobre se sua ausência em alguns debates em entidades de classe, universidades, sindicatos e escolas, poderia ser considerada um erro estratégico da campanha, Lacerda explicou sua decisão. "Ir a escolas com sete ou oito candidatos reunidos contra mim não agregaria valor à campanha", considerou. Não admitiu nem negou ter sido um erro. Após o primeiro turno, o candidato mudou a coordenação geral da campanha, na qual foram incluídos parlamentares ligados ao prefeito Fernando Pimentel (PT). No último bloco do debate, o clima esquentou nos estúdios da TV Bandeirantes. Leonardo Quintão abriu o bloco pedindo votos aos eleitores e afirmando que pretende fazer uma campanha respeitosa. Foi a vez de Márcio Lacerda acusar o adversário de "ter sido sócio" da campanha de difamações empreendida contra ele. "O candidato Leonardo em nenhum momento se manifestou contra isso, ele está pedindo bom nível no segundo turno, mas ele foi um pouco sócio disso." Foi o suficiente para que ambos os candidatos pedissem e obtivessem direito de resposta. Lacerda acusou Quintão de não ter sido solidário quando ele foi atacado via internet. "Márcio, deixe isso de lado, porque as pessoas estão vendo isso. Vá para a televisão e seja você", afirmou. Ao que Lacerda respondeu com um apelo: "Ninguém mais me chame de mensaleiro, sou homem digno, honesto, trabalhador e construí meu patrimônio com o suor do meu rosto." A campanha eleitoral gratuita no rádio e na TV na capital mineira recomeça hoje.

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