Kassab é adversário ideal de Marta no 2o turno, avalia petista

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Por CARMEN MUNARI
Atualização:

Com a possibilidade de o prefeito-candidato Gilberto Kassab (DEM) chegar ao segundo turno da eleição em São Paulo, a maioria do comando da campanha de Marta Suplicy (PT), líder isolada nas pesquisas, acredita que ele é o adversário ideal para a disputa por reunir mais fraquezas que Geraldo Alckmin (PSDB). Esta tendência já pôde ser sentida a partir dos últimos dias, quando Marta passou a responder aos questionamentos do prefeito e iniciou um confronto direto com ele, como no debate da TV Bandeirantes de quinta-feira. Os dois podem procurar isolar Alckmin ao comparar duas gestões na prefeitura, onde ela atuou de 2001 a 2004. Kassab, na análise de petistas ouvidos pela Reuters em caráter reservado, tem fraquezas como a pouca experiência em cargos públicos e deficiências de imagem que o tornam pouco conhecido do eleitor. Uma das vantagens de ter o prefeito como adversário, pelo raciocínio de parte da campanha petista, é sua capacidade de "fazer sangrar" o PSDB. Dividido no apoio entre Kassab e Alckmin, o partido só teria a perder em uma situação de embate contra si mesmo. A posição dúbia do governador José Serra (PSDB) entre os dois candidatos é outro ingrediente, que teria levado Marta a declarar em uma entrevista recente que, enquanto os dois se batem por Serra, ela tem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "inteirinho" para ela. Outra vantagem apontada na disputa com Kassab é a vitória da petista nas simulações de um eventual segundo turno. Contra Kassab, Marta teria 50 por cento dos votos, contra 43 por cento do prefeito, de acordo com pesquisa Datafolha. Contra Alckmin, haveria empate de 47 por cento. O prefeito também tem rejeição alta, de 24 por cento, enquanto a de Alckmin não passa de 17 por cento. Por outro lado, Kassab tem a máquina da prefeitura a seu favor, o que lhe daria vantagem frente aos demais adversários. "Duas máquinas", lembrou o presidente do PT paulista, Edinho Silva, acrescentando também a do governo do Estado. Os que apontam Alckmin como o adversário ideal vêem a questão partidária dúbia como fraqueza, mas ao mesmo tempo não deixam de lembrar sua penetração junto ao eleitor paulista, resultado de seis anos de governo do Estado e da lembrança da disputa da eleição presidencial de 2006, quando foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O comando da campanha de Kassab reagiu à postura do PT. Um dos assessores da campanha avaliou que "trata-se de uma estratégia para desmoralizar o prefeito, que está crescendo nas pesquisas" o que demonstra a percepção de suas qualidades pelo eleitor.

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