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Kassab admite que apoio de Serra agrega votos

Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, candidato à reeleição pelo DEM, admitiu hoje a importância de contar - oficialmente - com o apoio do governador do Estado, José Serra, do PSDB. "Ele agrega a nossa candidatura, agrega votos e isso é importante para que a gente tenha vitória no segundo turno", disse Kassab, no dia em que os tucanos devem referendar a entrada do PSDB na campanha do prefeito. Nos bastidores, Serra já vinha trabalhando pela reeleição de Kassab. A certeza de receber apoio do PSDB é tanta entre os kassabistas que o prefeito se permitiu brincar com a delicada situação. Ao visitar um centro de inspeção veicular, no Jaguaré, zona oeste, Kassab vestiu uma máscara, parecida com um bico, para se proteger da fumaça dos caminhões em teste. "Virei tucano", disse o candidato da coligação "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC). "É hoje o dia." Pouco depois, em caminhada de 20 minutos pelo Butantã, mais um agrado aos eminentes aliados tucanos. São-paulino, Kassab vestiu um gorro verde do Palmeiras - time de Serra - oferecido por um popular. "Quero o voto de todas as torcidas." E ao ser lembrado que aquele era o time do governador, disse: "Vocês perceberam, né? Lá me visto de tucano. Aqui, de palmeirense." Apesar do bom humor, Kassab evitou comentar a situação de Geraldo Alckmin - "São Paulo, na Melhor Direção" (PSDB-PTB-PHS-PSL-PSDC) -, candidato derrotado no primeiro turno. Questionado sobre a possível ausência de Alckmin em seu palanque, desconversou: "Tudo no seu tempo." O prefeito voltou a insistir na "naturalidade" da aliança com o PSDB. "Os dirigentes do DEM e do PSDB se esforçaram por uma aliança no primeiro turno, mas não foi possível. São as regras da democracia", disse. "O PSDB decidiu ter um candidato no primeiro turno e os democratas, um (candidato) no segundo turno." ''Dona Marta'' Kassab se inspirou hoje no deputado federal Paulo Maluf, do PP, que também concorria à Prefeitura, para chamar a candidata do PT, Marta Suplicy, de ''Dona Marta''. No primeiro turno, o candidato do DEM se referia à adversária como ''ex-prefeita''. "É para o eleitor saber de quem estou falando", explicou Kassab. "Ela deve estar me chamando de ''prefeito Kassab'' e eu a chamo de ''Dona Marta''." Apesar do novo chamamento, Kassab preferiu não responder às criticas da petista. Mais cedo, a candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB) acusou o prefeito de não ter imagem própria e por isso querer colar na imagem de Serra. "Não vou responder à Dona Marta." O revide, no entanto, veio pouco depois, em nota da coordenação de campanha de Kassab. "A população é inteligente e sabe a diferença entre uma gestão que recuperou São Paulo e uma que só deixou o caos e uma fila de credores na porta da Prefeitura."

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