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Jaques Wagner diz que vota em Alckmin se tucano for ao segundo turno contra Bolsonaro

Petista acha que Haddad chega à segunda rodada, mas afirma que, se houver “hecatombe”, pode apoiar PSDB e prega menos intolerância

Foto do author Vera Rosa
Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA - Jaques Wagner (PT), ex-ministro da Casa Civil e candidato ao Senado pelo estado da Bahia, pregou “menos intolerância” entre o PT e o PSDB e disse que, se o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) for para o segundo turno da disputa presidencial com o deputado Jair Bolsonaro (PSL), votará no tucano.

Ex-governador da Bahia, Jaques Wagner disputa vagano Senado Foto: Wilton Junior/Estadão

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“O PT e o PSDB precisam parar de ser intolerantes um com o outro”, afirmou Wagner, ao chegar nesta quinta-feira para a cerimônia de posse do ministro Dias Toffoli na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu acho que o Fernando Haddad (PT) já está no segundo turno com Bolsonaro, mas, se houver uma hecatombe e ele não for, vou votar no outro.”

Questionado se terá a mesma opinião se o “outro” for Alckmin, Wagner respondeu que não teria dúvidas em apoiar o candidato do PSDB, independentemente da posição do PT. Disse, ainda, que o PT não poderá centralizar manifestações individuais.

“Esse jogo de canto de rua não está ajudando o País. A política de zerar adversário não leva a lugar nenhum”, insistiu o petista, que chegou a ser cotado para substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, na chapa. “Assim como quero que Alckmin, Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) venham para o nosso lado, se nós formos para o segundo turno com Bolsonaro, eu também apoiarei qualquer um deles (contra o capitão reformado) se não estivermos lá”.

Wagner afirmou que, se for escalado para reconstruir pontes entre o PT e o PSDB, cumprirá a tarefa “com muito gosto”. Ex- governador da Bahia e candidato ao Senado, Wagner também minimizou a estratégia de Ciro para tentar desgastar Haddad, colando a imagem dele à da ex-presidente Dilma Rousseff.

“É uma estratégia eleitoral correta porque o voto do Ciro, do PDT, sai do campo social. Mas, quando ele diz que Haddad é um poste, sabe que não está falando a verdade”, argumentou.

Antes da definição de Haddad como candidato, Wagner chegou a dizer que, se o PT não conseguisse reverter logo a situação para emplacar Lula, deveria apoiar Ciro. “Apanhei muito do PT naquela época”, comentou ele, rindo.

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Na avaliação do ex-ministro da Casa Civil no governo Dilma, Bolsonaro lidera as pesquisas porque aparece como o “anti-sistema” e Alckmin não está crescendo porque “é a fotografia do sistema”. Embora ache que o capitão reformado ainda possa ganhar mais alguns pontos por causa da comoção provocada pelo atentado sofrido por ele no último dia 6, Wagner enxerga um cenário com “consistente transferência de votos” de Lula para Haddad.

“Acho que o Haddad vai arrancar agora com 25% das intenções de voto”, previu ele. Na pesquisa Ibope divulgada nesta quarta, Haddad aparece na disputa com 8% das preferências, empatado em segundo lugar com Ciro, Marina e Alckmin.