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Influência municipal da oposição cai 50%

PSDB, DEM e PPS vão governar 20% do eleitorado nos municípios, metade do contingente que conquistaram nas eleições de 2004

Por Daniel Bramatti e AMANDA ROSSI
Atualização:

A eleição de 2012 é a segunda consecutiva em que os principais partidos que hoje fazem oposição ao governo federal encolhem nos municípios. Em oito anos, PSDB, DEM e PPS perderam 44% de seus prefeitos e passaram a governar uma fatia do eleitorado 50% menor.Juntas, essas três legendas elegeram no mês passado prefeitos que governarão 20% do eleitorado a partir de 2013. O PSOL, que não existia em 2004, também é hoje de oposição, mas sua inclusão na conta não altera o resultado - as duas cidades em que venceu comportam apenas 0,2% dos eleitores.Nas eleições de 2008, PSDB, DEM e PPS conquistaram o direito de governar 28% dos eleitores. Esse índice já era inferior ao obtido em 2004, quando as siglas venceram em cidades que somavam 40% do eleitorado.Em número de prefeitos, a crise dos três partidos também se revela, mas em menor grau: foram 1.968 eleitos em 2004, 1.416 em 2008 e 1.103 em 2012. Uma queda de 865 em oito anos.O partido que mais perdeu peso ao longo do tempo foi o DEM, legenda que, ainda como PFL, chegou ao auge de sua importância nas eleições municipais de 2000, no governo Fernando Henrique Cardoso, quando venceu em 1.028 cidades do País e superou até o PSDB, partido do então presidente, que ficou com 985. Nos últimos oito anos, o eleitorado comandado pelo PFL/DEM passou de 13% para 4,6% do total do País.A base governista como um todo, formada oficialmente por 20 partidos que elegeram prefeitos nas últimas eleições, ampliou seu controle do eleitorado de 58% em 2004 para 72% em 2012. Em relação a 2008, o crescimento foi pequeno: 1 ponto porcentual.Em 2004, a composição da base tinha algumas diferenças em relação à atual. O PPS, por exemplo, estava no governo - só saiu após o escândalo do mensalão, em 2005. Já o PDT ainda não havia ingressado no governo.Independentes. O bloco governista pode crescer ainda mais se o PSD do prefeito Gilberto Kassab, hoje um partido independente, formalizar sua adesão à base de apoio à presidente Dilma Rousseff. O PSD, que vai governar 6% dos eleitores do País a partir de 2013, está em conversações com o governo para obter uma vaga na Esplanada dos Ministérios.A legenda de Kassab, caracterizada por ele mesmo como "nem de esquerda, nem de direita, nem de centro", também avalia uma possível fusão com o PP. O partido resultante teria 965 prefeitos e 86 deputados federais - na Câmara, empataria com o PT em primeiro lugar no ranking das bancadas.Apesar de não integrar formalmente a base governista, o PSD votou a favor do Palácio do Planalto em 85% das ocasiões, na Câmara dos Deputados, desde que foi criado, no ano passado, segundo o Basômetro (http://estadaodados.com/html/basometro), ferramenta online do Estadão Dados que mede o grau de governismo dos partidos e dos parlamentares. O PV também integra o bloco dos independentes, mas seguiu a orientação do líder do governo na Câmara em 79% das votações na gestão Dilma.

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