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Horário eleitoral em São Paulo terá renúncia, Aref, mensalão e Enem

Campanhas de Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) se preparam para a retomada na próxima segunda-feira dos programas na televisão durante o segundo turno

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Por Redação
Atualização:

Os primeiros dias de campanha nas ruas após o resultado do 1.º turno das eleições municipais foram uma prévia do embate que será travado entre o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, e o seu adversário petista, Fernando Haddad, quando o horário eleitoral no rádio e na TV recomeçar a ser exibido, na próxima segunda-feira, 15.Os tucanos voltarão a explorar o julgamento do mensalão na propaganda eleitoral. A tática já havia sido usada na primeira etapa da disputa e deve ser reforçada agora, depois da condenação pelo Supremo Tribunal Federal de quadros históricos do PT, como José Dirceu e José Genoino. A campanha de Serra também gravou esta semana vídeos com depoimentos de jovens que se dizem prejudicados com as falhas na realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) dos últimos três anos, quando Haddad era ministro da Educação. O objetivo é desqualificar a capacidade de gestão do petista, apontando erros e metas descumpridas por ele.A campanha tucana resiste a explorar na TV, no entanto, a confecção de cartilhas anti-homofobia que seriam distribuídas em escolas durante a gestão de Haddad na pasta. Na época, a distribuição do chamado "kit gay" chegou a ser suspensa pela presidente Dilma Rousseff após protestos de religiosos no Congresso.Líderes evangélicos já atacam Haddad publicamente pela elaboração do material, mas a campanha de Serra teme que a exploração do assunto na TV seja mal recebida por eleitores de classe média, considerados progressistas.Outra estratégia que será mantida no horário eleitoral nesta segunda etapa será fazer comparações entre as gestões do PSDB e do PT, especialmente entre o período em que a cidade era governada pela petista Marta Suplicy (2002-2006).Contra-ataque. O campo petista também já prepara suas armas para o contra-ataque. Nos eventos de rua desta semana e durante entrevistas, Haddad tem rebatido as críticas sobre o julgamento do mensalão citando o escândalo que envolveu desvio de recursos para a campanha do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas em 1998, batizado de "mensalão mineiro". A estratégia deve ser repetida na TV.A campanha do PT também vai explorar a má avaliação por parte dos paulistanos da administração do prefeito Gilberto Kassab (PSD), aliado de Serra, além de usar as suspeitas de corrupção em torno da atual gestão contra o tucano.O principal alvo seriam as denúncias contra o ex-diretor do Departamento de Aprovações (Aprov) Hussain Aref Saab, que está sendo investigado por acumular mais de 116 imóveis nos sete anos em que chefiou o órgão. Aref foi nomeado quando Serra era prefeito.Outro caso a ser explorado será o dos contratos com a Controlar, responsável pela inspeção veicular na cidade. Na semana passada, o Ministério Público estadual denunciou Kassab sob a acusação de crime de responsabilidade na contratação da empresa. Haddad já prometeu que, se eleito, vai acabar com a cobrança do serviço.O fato de Serra ter deixado a Prefeitura para concorrer ao governo do Estado em 2006, um ano e três meses após ter assumido o mandato, também voltará a ser lembrado na televisão. No primeiro programa eleitoral do petista na TV, Haddad disse que São Paulo estava "cansada de prefeito de meio mandato" em uma alusão ao episódio. O tema voltou à tona em diversos momentos no 1.º turno.A campanha do petista também estuda usar na propaganda material sobre o livro A Privataria Tucana, que retrata supostas irregularidades no processo de privatizações durante os governos do PSDB.Na telinha. A partir de segunda-feira, cada candidato terá direito a dez minutos em cada um dos dois blocos, que vão ao ar às 13h e às 20h30, de segunda-feira a sábado. Haverá também a propaganda no rádio, com os mesmos dez minutos em cada bloco, às 7h e às 12h.

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