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Haddad vai antecipar divulgação do seu programa de governo

Possibilidade de prefeito ficar fora da disputa no segundo turno em São Paulo muda planos da campanha petista

Por Ricardo Galhardo
Atualização:

Quarto colocado nas pesquisas de intenção de voto, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), decidiu antecipar o lançamento do seu programa de governo para eventual próximo mandato.

A ideia inicial da campanha era lançar o programa apenas no segundo turno, mas como Haddad está ameaçado de ficar de fora da disputa, o documento será apresentado na segunda-feira, em um grande ato. A ambição de pessoas ligadas à campanha é de que o evento sirva de largada para uma arrancada final do candidato petista.

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Foram convidados para o evento artistas e intelectuais que apoiam o movimento “Fora, Temer”, governadores petistas de ao menos dois Estados e aliados como o ex-ministro Ciro Gomes (do PDT, mesmo partido do candidato a vice, Gabriel Chalita) e pré-candidato à Presidência da República.

A campanha de Haddad espera reeditar o clima do evento “Existe amor em SP”, realizado na Praça Roosevelt na reta final da disputa pela Prefeitura em 2012, também com a participação de artistas e intelectuais. O evento marcou a disparada de Haddad, então terceiro colocado nas pesquisas, rumo a uma vaga no segundo turno.

“Tinha uma ideia de lançar o programa no segundo turno, mas como ficou apertado, decidimos aproveitar o ato dos intelectuais”, disse o deputado Vicente Cândido (PT-SP), coordenador do programa petista. Segundo ele, o documento é fruto de meses de trabalho que envolveu mais de 600 pessoas.

Haddad será o único entre os principais candidatos, até agora, a divulgar um documento além dos programas registrados na Justiça Eleitoral.

O conteúdo das propostas é mantido em sigilo. Em 2012, Haddad lançou um extenso programa de governo que causou desgaste durante os quatro anos de gestão por servir de base para a cobrança de metas não alcançadas. Durante a campanha, o prefeito tem falado mais sobre projetos já realizados do que sobre o que pretende fazer.

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Nacionalização. Segundo aliados do prefeito, um dos objetivos do ato de segunda-feira é reforçar a nacionalização da campanha. Por isso os convites a Ciro Gomes, que construiu carreira no Ceará, e a governadores de outros Estados.

A estratégia da campanha também inclui reforçar os ataques à senadora Marta Suplicy (PMDB), vinculando à ex-petista propostas impopulares do governo Michel Temer. A intensificação dos ataques a Marta começou no fim de semana passado e tende a crescer até o dia da eleição. Pesquisas apontam que, além de atrair votos de regiões historicamente simpáticas ao PT, Marta tem sido o destino de eleitores que abandonaram a candidatura de Luiza Erundina (PSOL) com os quais o PT contava.

Ainda na estratégia de nacionalizar a campanha, Haddad quer ir com movimentos de moradia a Brasília para cobrar do governo Temer a retomada do Minha Casa Minha Vida. A ideia é, com isso, reforçar o vínculo com esses movimentos.

Lula. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve participar do ato de segunda-feira em São Paulo. A agenda do petista prevê a sua participação em um evento da candidata do PCdoB à prefeitura do Rio, a senadora Jandira Feghali.

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