Durante reunião ampliada da Executiva Nacional do PT, nesta terça-feira, 30, o candidato derrotado à Presidência Fernando Haddad pediu coragem aos aliados, de acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. Haddad teria afirmado ainda que podem contar com ele na oposição ao governo de Jair Bolsonaro e na elaboração de propostas para o País. O petista deixou a reunião sem falar com a imprensa
"Ele falou de coragem, que não podemos aceitar a violência, não podemos aceitar que o nosso povo fique intimidado. Temos que dizer que o povo tem com quem lutar, contar com Haddad, com os partidos de esquerda e com os movimentos democráticos, para que não haja retrocessos", relatou Freitas.
Segundo assessores, Haddad fez uma rápida exposição no encontro, no qual agradeceu aos colegas de partido pelo empenho na eleição. De lá, o petista seguiria para casa. Ainda segundo auxiliares, Haddad deve passar os próximos dias com a esposa Ana Estela, que está em férias, e não deverá visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba nesta semana.
Além do ex-prefeito paulistano, participam a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann; os ex-ministros José Sérgio Gabrielli e Celso Amorim; o secretário-geral do partido, Romênio Pereira; o tesoureiro da sigla, Emidio de Souza; o líder na Câmara, Paulo Pimenta e o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, entre outros. Emídio e Greenhalgh estiveram reunidos ontem, em Curitiba, com Lula.
Para Gleisi, Haddad sai maior que a própria sigla do processo eleitoral. "O PT dará todas as condições para que ele (Haddad) exerça o papel de articulador da frente de resistência com movimentos sociais e outros partidos políticos", disse a senadora, em coletiva há pouco após reunião do Diretório Nacional do PT. Na avaliação de Gleisi, Haddad é a grande liderança do partido depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril em Curitiba. "Ele não precisa ter cargo no partido para participar de deliberações do PT, tanto que participou da reunião de hoje", afirmou. Para a presidente do PT, a frente democrática de "resistência" não abarca necessariamente a bandeira "Lula livre". "O que nos une é a defesa da democracia. Para alguns, como para nós, é a defesa da democracia e do presidente Lula, mas as pessoas são livres", disse.
Neste momento, o PT discute a atuação de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) durante o governo Bolsonaro. O partido sugere "proteção física e retaguarda jurídica" para esses movimentos. Até o momento, representantes da legenda não esclareceram em detalhes como se daria este apoio.