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Haddad e Serra priorizam propostas no debate de encerramento da eleição

Tucano cita mensalão em três oportunidades, mas discussão sobre gestão da cidade e projetos para o futuro de São Paulo predomina

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Por Redação
Atualização:

Os candidatos Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) seguiram o mantra do adversário derrotado ainda no 1.º turno, Celso Russomanno (PRB), e decidiram "falar sobre São Paulo" no debate da TV Globo, que encerrou a campanha ontem. Os tradicionais embates sobre mensalão do PT e mensalão mineiro foram tema de apenas uma pergunta no encontro, quando ambos foram instados pelo sorteio de temas a falar sobre corrupção. Serra ainda citou o escândalo que envolve o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu em duas outras oportunidades. Mas as questões da gestão municipal, no fim, acabaram por dominar o encontro final dos adversários.O tom ficou entre os duros ataques feitos pelas campanhas à tarde e o clima "paz e amor" dos programas eleitorais gratuitos de TV transmitidos horas antes.No primeiro bloco, com tema livre, Haddad desafiou o tucano a fazer um balanço da administração Gilberto Kassab (PSD) e apontar "as grandes obras que entregou nos últimos quatro anos". Serra lembrou que Kassab foi eleito com 61% dos votos concorrendo com a petista Marta Suplicy. A habitação foi, então, debatida, seguida de temas como transportes e saúde. Os candidatos repetiram suas promessas sobre esses temas. Haddad foi mais duro nas intervenções, a ponto de Serra, em certo momento, afirmar: "Você está muito nervoso, muito agressivo". O petista respondeu, referindo-se à situação da cidade: "O que você nota de nervosismo é indignação".O debate sobre transportes confrontou os planos dos adversários. Serra destacou sua intenção de manter os investimentos no metrô. "A Prefeitura investiu R$ 1 bilhão no metrô. A gestão Marta investiu R$ 1", criticou o candidato tucano.Haddad falou em investimentos no metrô, mas deu destaque aos corredores de ônibus. "Nos últimos quatro anos não foi construído nenhum dos 66 quilômetros de corredores prometidos por você e pelo Kassab", afirmou o petista. "Quero investir no metrô, mas mediante contrapartida, não repassar dinheiro para o metrô investir no sistema financeiro. Não vamos deixar o metrô parado, não tem nenhum tatuzão operando em São Paulo."Corrupção. O segundo bloco começou com o mensalão, a partir do sorteio do tema pelo mediador do debate, César Tralli. Serra pediu a Haddad que explicasse como a cúpula do PT foi considerada culpada por desvio de dinheiro público para a compra de votos e condenada. O petista respondeu que o tucano estava mais habilitado para dar a resposta. "Quem engendrou tudo isso foi a cúpula de seu partido", afirmou, referindo-se ao mensalão mineiro.Serra insistiu, lembrando que o volume do dinheiro desviado, em valores atuais, se aproximaria de R$ 200 milhões - quantia suficiente para a construção de 400 ambulatórios médicos na cidade. Haddad respondeu novamente no ataque, lembrando o caso de Hussain Aref Saab, funcionário da Prefeitura de São Paulo, acusado de corrupção - Aref foi nomeado por Serra."O presidente Lula nomeou 8 dos 10 ministros que julgaram. Nomeou o procurador-geral. Você vem falar de valores? Um único funcionário que você nomeou na Prefeitura angariou 500 milhões apenas", afirmou. Os candidatos, logo depois, retomaram o debate de temas da cidade. Os transportes voltaram à pauta e a discussão sobre os modelos de bilhete único de cada um dos candidatos se iniciou. Serra propõe um bilhete único de ônibus que valha por seis horas - hoje, dura três horas.Já Haddad propõe um modelo que permite o uso indeterminado da passagem por um mês. O candidato do PT afirmou que a ideia do adversário, apresentada nesta semana, foi copiada do candidato derrotado Levy Fidelix. "Ele anda se consultando com o Levy Fidelix, de olho nas pesquisas de opinião", disse o petista. Serra respondeu que tirou a ideia "da cachola". O petista emendou na tréplica: "Da cachola do Levy Fidelix."Saúde de novo. Ao voltar a debater questões de saúde, Serra provocou: "Você talvez não tenha familiaridade com as coisas da saúde." O petista retrucou. "Serra, você quer falar de leitos? Vocês querem vender 25% dos leitos para os planos de saúde. Vocês não têm projeto para a cidade de São Paulo." Ainda falando sobre saúde, a discussão sobre as parcerias com as organizações sociais voltou à pauta. Serra acusa o adversário de querer acabar com os contratos firmados com entidades sem fins lucrativos. Haddad nega.O tema mensalão voltou à fala de Serra no último bloco do programa. Haddad preferiu não responder às críticas. / BRUNO BOGHOSSIAN, FERNANDO GALLO, JULIA DUAILIBI, FAUSTO MACEDO, ROLDÃO ARRUDA, RICARDO CHAPOLA, DÉBORA ÁLVARES e ISADORA PERON

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