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Haddad diz que Lula não é 'oráculo' e defende diálogo com oposição

Ex-prefeito de São Paulo afirmou que Lula sabe conduzir a economia e se diz convicto da volta do ex-presidente ao Planalto

Por Mateus Fagundes e Ricardo Galhardo
Atualização:

O candidato a vice-presidente na chapa do PT nas eleições 2018, Fernando Haddad, defendeu em evento com investidores nesta quinta-feira, 9, o “método de trabalho” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado da Operação Lava Jato desde 7 de abril em Curitiba.

“Lula não é oráculo para nós. Ele criou um método de trabalho que é exemplar para governar, ao reconhecer quando não conhece um assunto e chamar para o diálogo”, afirmou, em evento do banco BTG Pactual com presidenciáveis.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) Foto: Fernando Bizerra Jr/EFE

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Ao defender a legitimidade da candidatura do ex-presidente, Haddad afirmou que Lula sabe “muito bem” conduzir a economia. “Digo com a maior convicção de que Lula vai voltar à Presidência. Este retorno tem de acontecer, vamos lutar para acontecer”, disse. Para Haddad, o governo terá de adotar uma política fiscal “robusta” se o partido chegar ao Planalto em 2019.

O petista – que pode assumir a chapa em caso de impedimento judicial de Lula – confirmou que não estará no debate desta quinta, 9, na TV Bandeirantes, no primeiro debate dos candidatos à Presidência da República. Perguntado se o partido vai realizar um debate paralelo, Haddad respondeu: "Estamos pensando em fazer".

No evento, ele criticou a emenda constitucional 95, do chamado "teto dos gastos", que, para ele, causou desordens no setor público. “É uma ingenuidade política o teto de gastos, porque ele não inibiu nenhuma das pautas-bomba”, afirmou.

Para o ex-prefeito de São Paulo, o presidente que vai assumir o cargo em 2019 terá de construir uma agenda comum de reformas. “Inclusive com a oposição”, constatou. “Porque acho que o presidente a ser eleito não vai sair das urnas muito forte". No entanto, ele criticou a postura do PSDB, que, segundo o petista, não aceitou o resultado eleitoral de 2014.

O petista defendeu ainda que um eventual governo petista vai tratar em 2019 da questão dos regimes próprios de Previdência de municípios. “Este é um dos problemas mais urgentes da Previdência. Interessa a todos, é sensata no campo social e exequível no político”, disse.

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Para Haddad, o País está vivendo uma "anarquia jurídica, inclusive em tribunais superiores". Ele defendeu mais uma vez as discussões em torno da reforma do Judiciário. Após polêmicas, o programa do PT atenuou as propostas de alterar leis que "interditam a política".

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