O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, usou o programa eleitoral na TV de ontem para se defender das acusações de José Serra de que, se eleito, iria acabar com as parcerias com a Organização Sociais (OSs) na gestão das unidades de saúde. A propaganda classificou as críticas do tucano como "desespero".A peça exibiu trechos do debate da Rede Bandeirantes da última quinta-feira quando Haddad negou que iria acabar com os convênios e afirmou que iria atender a uma recomendação do Tribunal de Contas do Município de aperfeiçoar a transparência no controle de gastos das entidades."Essa é a verdade, o resto é desespero de quem está atrás nas pesquisas", disse um dos atores propagada. Segundo o último levantamento do Ibope, Serra tem 40% dos votos válidos contra 60% do petista.No horário eleitoral de sábado à noite, que voltou a ser exibido ontem à tarde, a campanha de Serra afirmava que o PT é contra a lei que instituiu a parceria com as OSs e que o programa de governo de Haddad dizia que iria retomar a direção das unidades. "Acabar com as parcerias significa acabar com o emprego de 30 mil profissionais de saúde. A posição do PT do Haddad significa fechar 139 AMAs, 5 hospitais e outras 237 unidades de saúde na cidade", dizia a propaganda. Hoje, por meio desse tipo de contrato, hospitais como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein cuidam da administração de hospitais públicos do município. O PT é um crítico histórico desse modelo. O programa de governo do candidato petista prevê, na página 45, "retomar, sem prejuízo dos condicionantes contratuais legais e após providências administrativas necessárias, a direção pública da gestão regional e microrregional do sistema municipal des saúde". No entendimento dos tucanos, esse tópico indica a intenção de encerrar os convênios com OS.Chalita. A campanha de Serra também começou a veicular uma inserção na TV onde mostra o peemedebista Gabriel Chalita criticando a atuação de Haddad como ministro da Educação. A peça reproduz trechos de uma matéria publicada na imprensa em que Chalita afirmava que Haddad nem havia começado a resolver os problemas educacionais no Brasil. "Até quem está com Haddad sabe, ele não está preparado", diz o locutor.Após ficar em terceiro lugar na disputa municipal, Chalita declarou apoio a Haddad e chegou a gravar depoimento para defender a gestão do petista no ministério. A aliança foi articulada pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Nesta reta final, a campanha tucana tem adotado como estratégia questionar a capacidade administrativa de Haddad. Entre as principais críticas direcionadas ao petista está o fato de o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ter apresentado falhas na realização nos últimos três anos e os professores das universidades federais terem ficado por quase quatro meses em greve este ano.