Governo reforça segurança em área de conflito

Portaria estende a presença de tropas da Força Nacional em MS, onde há tensão entre índios e fazendeiros

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Por Roldão Arruda
Atualização:

O aumento das tensões em torno de conflitos fundiários em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Justiça a ampliar a permanência da Força Nacional de Segurança Pública no Estado. De acordo com portaria publicada ontem no Diário Oficial, os integrantes daquela força ficarão por mais 90 dias em território sul-mato-grossense.A missão deles, diz a portaria, será colaborar "nas ações de prevenção e repressão a conflitos agrários, bem como na prevenção aos crimes contra as comunidades indígenas, contra lei de segurança nacional, em combate ao tráfico de armas".A portaria também diz que o efetivo daquela força será definido pela Polícia Federal e outras autoridades envolvidas com a segurança local.A Força Nacional tem participado de ações relacionadas à demarcação de terras indígenas no Estado desde 2011. O efetivo foi reforçado em maio, após o conflito da Fazenda Buritis, no município de Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande. Uma liderança indígena morreu durante a ação de reintegração de posse da área.Na ocasião, o governo federal criou um grupo de trabalho com a missão de resolver a questão da posse daquela área. Mas, passados quase seis meses, o impasse continua, ao mesmo tempo que crescem as tensões e temores de violência.Na segunda-feira, o ministro José Eduardo Cardozo enviou um grupo de assessores ao Estado. Após ouvirem lideranças indígenas, ruralistas, autoridades estaduais e representantes da Polícia Federal, eles sugeriram a permanência da Força.Prazo. Essa decisão também estaria relacionada ao fim do prazo dado por ruralistas às autoridades para que encontrem uma solução para Sidrolândia, período que expira hoje.A Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul marcou para o próximo dia 7 um leilão destinado a arrecadar fundos para a contratação de serviços de segurança particular. A iniciativa causou apreensão entre organizações de defesa dos direitos indígenas. Para o Conselho Indigenista Missionário, seria formação de milícia particular.O presidente da associação, Francisco Maia, nega. De acordo com suas informações, o objetivo é proteger as propriedades, ameaçadas por invasões. "A Constituição garante o direito à proteção da propriedade", diz.

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