
23 de setembro de 2014 | 21h51
FORTALEZA - Em pleno interior do Ceará, a 243 quilômetros de Fortaleza, os 16.359 moradores de Alto Santo estão prestes a ganhar um presente inédito: uma réplica do Coliseu Romano. Mas, 2.000 anos depois, em vez de gladiadores e leões que divertiam o público na versão original de Roma, a construção abrigará entre suas paredes um estádio de futebol.
Nos 20 mil lugares previstos para os torcedores - a obra deve ser inaugurada no início do ano que vem - cabem a população inteira da cidade mais 3.641 pessoas. O único time do lugar, o Alto Santo Esporte Clube, afundado em dívidas, está inativo desde 2009 e proibido, pela Federação Cearense de Futebol, de disputar torneios oficiais.
A ideia de construir o estádio partiu do ex-prefeito Adelmo Queiroz de Aquino, conforme revelou ontem o jornal Folha de S.Paulo. “As arquiteturas dos estádios, principalmente no Ceará, são sempre a cara um do outro”, disse ele ao anunciar a obra em 2007. Ele sempre quis “fazer uma obra diferente (...) uma obra para inspirar outros prefeitos, um resgate de um sentimento histórico”.
O estádio foi orçado em R$ 1,3 milhão - sendo metade do valor financiado pelo governo federal, por meio do Ministério do Esporte, que repassou à prefeitura local R$ 619 mil.
Em 2012, o Ministério Público Federal no Ceará instaurou inquérito civil público a partir de denúncia recebida pela Procuradoria da República. Na cidade, há quem considere o novo coliseu “um completo desperdício de dinheiro” e outros moradores para os quais “a cidade precisava se diferenciar”.
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