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Globo não vai promover último debate antes do 1º turno em SP

Emissora não queria a participação dos candidatos pertencentes a nanicos, só dos cinco melhores colocados

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Por Redação
Atualização:

A TV Globo não vai promover o último debate antes da realização do primeiro turno das eleições em São Paulo, segundo nota da emissora. A Globo não queria que os candidatos de partidos menores participassem do debate e ofereceu, em troca,  "cobertura muito maior do que aquela a que fariam jus inicialmente se apenas critérios jornalísticos fossem levados em conta". "Esta cobertura já foi ao ar. A TV Globo agiu assim constrangida pelas restrições à liberdade de imprensa presentes na lei eleitoral. A imprensa deve cobrir o que é notícia, de forma livre e espontânea: aqueles que, ao longo do processo, ganham densidade eleitoral são naturalmente mais bem cobertos, crescem nas pesquisas e asseguram um lugar nos debates. É assim a dinâmica no mundo democrático. É como deveria ser aqui também." A Rede Globo não realizará debates em Curitiba, Rio de Janeiro, Fortaleza, por "motivos semelhantes". Leia a íntegra da nota: A TV Globo não promoverá, este ano, o debate de primeiro turno entre os candidatos a prefeito em São Paulo. A emissoras de rádio e TV, a lei eleitoral em vigor impõe restrições que limitam a liberdade de imprensa: obriga, por exemplo, que chamem para os debates, indistintamente, todos os candidatos de partidos com representação na Câmara dos Deputados, mesmo aqueles que chegam ao fim da campanha com índices inexpressivos nas pesquisas eleitorais. Para realizar o debate com um número menor, a lei exige que emissoras entrem num acordo com os candidatos - oito, no caso de São Paulo. Este acordo tem sido tentado desde maio. Para que aqueles com menos densidade eleitoral abrissem mão do debate, a TV Globo ofereceu cobertura muito maior do que aquela a que fariam jus inicialmente se apenas critérios jornalísticos fossem levados em conta. Esta cobertura já foi ao ar. A TV Globo agiu assim constrangida pelas restrições à liberdade de imprensa presentes na lei eleitoral. A imprensa deve cobrir o que é notícia, de forma livre e espontânea: aqueles que, ao longo do processo, ganham densidade eleitoral são naturalmente mais bem cobertos, crescem nas pesquisas e asseguram um lugar nos debates. É assim a dinâmica no mundo democrático. É como deveria ser aqui também. Dos oito candidatos, cinco assinaram o acordo, que previa a participação no debate dos cinco candidatos mais bem posicionados nas pesquisas. Somos gratos a esses candidatos. Ciro Moura, do PTC, Ivan Valente, do PSOL e Renato Reichmann, do PMN, não assinaram o acordo, apesar de terem se beneficiado do critério de cobertura proposto a todos os candidatos. A experiência comprova que debates com mais de cinco não são proveitosos: o tempo destinado à discussão de cada assunto se torna exíguo demais, e o debate acaba simplesmente não acontecendo. Como três partidos não assinaram o acordo, a TV Globo está impedida de realizar o debate com um número razoável de participantes. Os três candidatos não ultrapassaram um por cento das intenções de votos nas últimas pesquisas do DataFolha e do Ibope. Por razões semelhantes, a Rede Globo não realizará debates em Curitiba, Rio de Janeiro, Fortaleza. São Luiz ainda é dúvida. A TV Globo lamenta que estas restrições na lei eleitoral a impeçam de promover um evento que tem se mostrado valioso em eleições passadas - e espera que a sociedade e seus representantes, em Brasília, reflitam sobre a questão. Se houver segundo turno, o debate está assegurado. Os principais concorrentes já assinaram documento em que se comprometem com o evento, que será realizado, como já é hábito, no último dia da campanha. Este ano, será na noite de 24 de outubro, logo depois da novela "A Favorita".

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