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Funai exonera coordenador na área de Humaitá

População entrou em conflito com índios tenharim após desaparecimento de três moradores

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Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela e Chico Siqueira
Atualização:

A Fundação Nacional do Índio (Funai) exonerou nesta sexta-feira o coordenador regional Ivã Gouvêa Bocchini, responsável pela região de Humaitá (AM), onde a população está em conflito com os índios da etnia tenharim desde que três moradores desapareceram, em 16 de dezembro, quando atravessavam a reserva indígena.Em nota, a Funai afirma que, "diante dos fatos ocorridos em Humaitá, não houve condições de permanência do coordenador Ivã Bocchini na região". E Bocchini, diz a Funai, "não está autorizado a dar entrevistas".O ex-coordenador da fundação é autor do texto que levantou a hipótese de assassinato do líder indígena Ivan Tenharim, morto em 3 de dezembro, após sofrer um acidente de motocicleta quando voltava de Santo Antônio do Matupi para sua aldeia. Publicado no blog da Funai de Humaitá, e logo retirado do ar, o artigo teria incitado líderes indígenas a vingar a morte do cacique com o sequestro de três moradores da cidade - o professor Stef Pinheiro, de 43 anos, o representante comercial Luciano Ferreira Freire, de 30, e o técnico da Eletrobrás Aldeney Ribeiro Salvador, 40, que ocupavam um Gol preto quando desapareceram, no dia 16.Revoltados com o desaparecimento dos três, outros moradores incendiaram a sede da Funai, veículos e um barco de assistência aos índios, no dia de Natal. Dois dias depois, um grupo invadiu a aldeia e destruiu postos de pedágio mantidos pelos índios na Rodovia Transamazônica.A Polícia Federal continua as buscas dos três desaparecidos, com uma delegacia móvel montada em um caminhão. As equipes usam equipamentos especiais, como ultrassom para a leitura do subsolo e um detector de metais.

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