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Freixo propõe rever repasses para o carnaval do Rio

Por Luciana Nunes Leal e RIO
Atualização:

O candidato a prefeito do Rio Marcelo Freixo (PSOL) comprou briga com a cúpula das escolas de samba e abriu a primeira polêmica da eleição. Ele defendeu que a Secretaria de Cultura assuma o controle do carnaval e que só enredos com "contrapartida cultural" recebam verba pública.Em entrevista à TV Globo, Freixo citou o caso do Salgueiro, que receberá patrocínio da revista Caras para o enredo Fama, no desfile do ano que vem. "Que sentido faz a prefeitura patrocinar um enredo sobre a Ilha de Caras?", questionou.A presidente do Salgueiro, Regina Celi Fernandes, reagiu e lançará hoje, no ensaio da escola, um "Manifesto a favor da plena liberdade de expressão". Ela convidou todas as escolas a reforçarem o coro dos descontentes. Freixo critica os enredos feitos para receber patrocínio privado. Ele ataca o atual sistema de administração e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), comandada por dirigentes das agremiações - alguns ligados ao jogo do bicho. Em 2012, cada escola recebeu R$ 1 milhão da prefeitura.Ontem, Freixo pôs mais lenha na fogueira. Depois de negar que sua proposta seja uma forma de censura, propôs mudanças na venda de ingressos para o desfile e na escolha dos jurados, tarefas da Liesa. "Não aceito a pecha de censura. As escolas escolhem o enredo que quiserem", disse. "Qualquer edital da área de cultura que precisa de dinheiro público exige contrapartida cultural. Por que falar isso para as escolas de samba vira escândalo?"A candidata Aspásia Camargo (PV) viu "censura prévia" na proposta e o tucano Otávio Leite disse ser "lamentável e autoritária". O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, amenizou a polêmica. Disse que o carnaval não pode "correr o risco de aventuras" e se disse à disposição de Freixo para esclarecer as dúvidas do candidato.

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