França tenta crescer como ‘terceira via’ em São Paulo

Para chegar ao 2º turno, ex-governador aposta em estratégia da eleição de 2018, quando ultrapassou Paulo Skaf na reta fina da campanha

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Por Paula Reverbel
Atualização:

Com crescimento acima da margem de erro na mais recente pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo e a menor rejeição de todos os 14 candidatos à Prefeitura de São Paulo, Márcio França (PSB) espera conseguir chegar ao segundo turno contra o prefeito tucano Bruno Covas com um discurso de terceira via que não se apoia nem no antipetismo e nem no anti-bolsonarismo. 

A expectativa da equipe é ultrapassar o deputado Celso Russomanno (Republicanos) e o candidato Guilherme Boulos (PSOL) na reta final da corrida eleitoral do primeiro turno e repetir o feito de 2018, quando passou Paulo Skaf e foi ao segundo turno na disputa pelo governo do Estado.

O candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo, Márcio França Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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“O nosso monitoramento aponta que a disputa (pela segunda vaga do segundo turno) já está embolada. Conforme eu havia previsto desde o começo, no final, o eleitor também começa a fazer um certo voto útil. Ele vai em busca de quem tem chance de derrotar o candidato do (governador João) Doria”, disse França, na segunda-feira, 2, em agenda de campanha no Terminal Parque Dom Pedro II.

“As pessoas preferem alguém com menos rejeição, que tem mais chance de vencer no segundo turno. Evidente que isso não é uma conta matemática, mas eu noto que, na outra eleição, aconteceu isso em relação ao Skaf. Até o finalzinho, eu estava atrás dele. No finalzinho, eu passei ele por 9 mil votos só aqui na capital, uma disputa muito apertada”, afirmou. “Desta vez, ficaremos eu e o Russomanno a disputar essa posição. O Boulos foi uma boa surpresa, mas ele disputa esse voto com o PT. À medida que o PT começa a crescer, ele tira (votos do Boulos).”

Segundo pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, divulgada sexta-feira passada, a rejeição de França caiu de 14 pontos porcentuais em meados de outubro para 10 pontos. No levantamento mais recente, Covas tem 26% das intenções de voto, ante 20% de Russomanno e 13% de Boulos. França alcançou 11%, tendo crescido quatro pontos porcentuais na comparação com a pesquisa anterior. A campanha do PSB avalia que o ex-governador cresce nas periferias e que essa alta leva mais tempo para ser registrada nos levantamentos.

Sem cabo

Mesmo coligado em São Paulo com o PDT de Ciro Gomes – terceiro candidato mais votado nas eleições presidenciais –, França não tem se alicerçado no pedetista como cabo eleitoral e se apresenta como uma opção que não está amarrada a uma preferência do eleitorado na futura disputa presidencial. “A verdade é uma só. Cada candidato aqui tem uma sombra atrás – das candidaturas à Presidência. Não é um defeito isso, é uma característica”, afirmou França em sabatina do Estadão

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