Fogaça é 1º prefeito reeleito de Porto Alegre

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Por Sandra Hahn
Atualização:

Além de contrariar a percepção de que os gaúchos não gostam de reeleger candidatos, a vitória do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), para o segundo mandato afastou hoje, novamente, o PT da gestão de uma das vitrines do partido. Ao vencer a eleição em 2004, Fogaça havia interrompido uma seqüência de 16 anos de mandatos da legenda, que firmaram um caráter simbólico da conquista para o partido. Nessas eleições, ao derrotar a deputada Maria do Rosário (PT) na segunda etapa da disputa, Fogaça impôs um novo revés à sigla na capital gaúcha. O prefeito reeleito estabeleceu também os marcos de ser o primeiro prefeito reeleito da capital depois do restabelecimento da democracia, após a ditadura militar, e de levar o PMDB pela primeira vez para a prefeitura. No começo da semana, ao discursar no comício de encerramento da campanha de Rosário, o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Edson Santos, resumiu o caráter simbólico da cidade para o PT. "O País era governado sob hegemonia do pensamento neoliberal", sustentou, e "Porto Alegre era o contraponto". O apoio mais esperado no segundo turno por Rosário, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou apenas em forma de mensagem gravada, exibida na publicidade eleitoral gratuita de televisão e rádio na quinta-feira (dia 23), três dias antes da votação. Histórico Formado em direito, José Alberto Fogaça de Medeiros, de 61 anos, elegeu-se deputado estadual em 1978 pelo então MDB, atraído à carreira política pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), quando atuava como professor de língua portuguesa em curso pré-vestibular. Exerceu um mandato de deputado federal (eleito em 1982) e dois de senador (1986 e 1994). No Senado, foi relator-adjunto da Assembléia Nacional Constituinte (1987-88) e propôs o parlamentarismo como sistema de governo. Em 2001, ele deixou o PMDB e filiou-se ao PPS, acompanhando o ex-governador Antônio Britto (1995-1998). Disputou e perdeu a cadeira no Senado em 2002, quando Britto concorreu ao governo do Rio Grande do Sul e ficou em terceiro lugar, sem conseguir vaga para o segundo turno. Na época, Fogaça chegou em quarto lugar, atrás de Sérgio Zambiasi (PTB) e Paulo Paim (PT), que preencheram as duas vagas abertas para a Casa, e Emília Fernandes (PT), em terceiro. Após a eleição de 2002, atuou como assessor da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Voltou a disputar cargos eletivos em 2004 ainda pelo PPS, derrotando Raul Pont (PT) no segundo turno da eleição para a administração municipal. Fogaça fez 53,32% dos votos válidos, ante 46,68% de Pont. Para aquela campanha, aglutinou 12 agremiações para enfrentar um adversário apoiado por nove partidos, dos quais cinco de fraca expressão eleitoral. Em setembro de 2007, alegando razões "pessoais", regressou ao PMDB em tempo hábil para concorrer à reeleição pela antiga legenda. Neste pleito, Fogaça formou uma aliança com siglas de peso na cidade (PMDB-PDT-PTB), além do pequeno PSDC. Fogaça é casado com Isabela e tem quatro filhos. No segundo turno, ganhou adesão do PSDB, DEM, PP, PPS e PMN. Rosário começou a campanha com PT, PRB, PTC e PSL, e obteve apoio do PC do B, PSC, PR e PT do B na segunda fase.

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