Fiel diz que doação de cartão 'abençoou finanças'

Assessoria de Feliciano entrevistou Samuel Roza, que aparece em vídeo de culto, para responder a críticas na internet

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Por Bruno Lupion e Ricardo Chapola
Atualização:

O homem que doou o cartão de crédito durante o culto ministrado pelo deputado e pastor Marco Feliciano (PSC), recém-eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, afirmou ontem, que, depois disso, "teve suas finanças abençoadas".Samuel Roza concedeu uma entrevista para a equipe do pastor como parte de uma nota de esclarecimento divulgada na página oficial de Feliciano. A doação feita pelo fiel foi registrada num vídeo no ano passado, e se espalhou na internet nesta semana depois que Feliciano foi empossado na presidência do colegiado. Na gravação, o pastor pede a Samuel Roza a senha do cartão de crédito."Como seu cartão foi parar nas salvas?", pergunta a assessoria do deputado. "Sem mais recursos disponíveis, resolvi fazer um ato profético de consagrar simbolicamente a minha conta corrente. Coloquei meu cartão nas salvas de oferta e com fé acreditei que isso abençoaria minhas finanças", respondeu o fiel.E completou ao ser questionado se tinha funcionado: "Sim! Na época eu nem esperava em casar, nem pretendente tinha (risos), ganhava muito pouco como eletricista. Na época era apenas obreiro, hoje sou diácono e sonho um dia ser um pastor como o pastor Marco Feliciano, para pregar a palavra de Deus".A nota acusa ainda ativistas de grupos que protestaram contra a eleição de Feliciano ao cargo de terem divulgado o vídeo nas redes sociais. Feliciano disse que estava "brincando" ao pedir a senha para o fiel.A resistência ao nome de Feliciano se deve porque ele é acusado de ser racista e homofóbico. Em 2011, o pastor escreveu no Twitter que o amor entre pessoas do mesmo sexo leva "ao ódio, ao crime e à rejeição". Protestos. Um grupo de internautas iniciou uma mobilização no Facebook para promover hoje manifestações em dez cidades do País contra a nomeação de Feliciano à presidência da Comissão de Direitos Humanos. Chamado de "Ato de Repúdio" à nomeação do parlamentar, o evento deve acontecer simultaneamente. Em São Paulo, os manifestantes devem se concentrar na Avenida Paulista com a Rua da Consolação. A "convocação" é assinada por "minorias" brasileiras, que se dizem descontentes com a indicação.

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