22 de novembro de 2011 | 03h06
Os pilotos da FAB, este ano, voarão no máximo 170 mil horas, 15% menos do que costumavam fazer durante os anos de 2010, 2009 e 2008, quando o volume foi entre 190 mil e 200 mil horas de voo por ano.
De acordo com informações obtidas pelo Estado, o corte destas 25 mil horas de voo irá reduzir a capacidade operacional dos pilotos. Os mais preservados são os militares que operam as aeronaves que atendem a Presidência da República e os aviões do GTE. Mas, mesmo neste caso, houve uma redução de número de horas de voo executadas já que a própria presidente Dilma Rousseff diminuiu a quantidade de viagens, comparada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Evasão. Este tipo de corte desestimula os militares que, além de se queixarem dos baixos salários, são tentados pelas companhias aéreas. Segundo a Agência Nacional de Aviação, o transporte de passageiro vem crescendo, em média, 20% ao ano.
Mas o problema de evasão não é só na FAB. Em recente entrevista, o ministro Celso Amorim informou que o problema salarial está levando à evasão de militares no Exército, na Marinha e na Aeronáutica.
Levantamento feito pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) aponta que, de 2009 para 2010, só no caso de oficiais da Força Aérea, a evasão mais que dobrou, passando de 27 para 54 oficiais que deixaram a FAB. Este ano, 26 oficiais partiram para a vida civil somente no primeiro semestre.
Computando os dados das três Forças, a evasão cresceu 25%. O número de oficiais que deixou o Exército, a Marinha e a Aeronáutica de 2009 para 2010 pulou de 180 para 224. Este ano, a evasão já chega a 115.
O próprio ministro da Defesa fala que existe hoje, nas Forças Armadas, uma "insatisfação por níveis salariais". Amorim disse também que não há previsão, no entanto, de recomposição salarial da categoria. / T.M.
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