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Evento com presidenciáveis vai discutir uso da tecnologia por governos

Em parceria com o 'Estado', GovTech Brasil será realizado em São Paulo, nos dias 6 e 7 de agosto, com presença confirmada de Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo) e Manuela d’Ávila (PCdoB)

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Por Redação
Atualização:

Pré-candidatos à Presidência da República nas eleições 2018 vão discutir como desburocratizar e incorporar de maneira mais eficiente a tecnologia no governo. O GovTech Brasil é organizado pela ONG BrazilLAB e pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio), e conta com o Estado como parceiro de mídia. 

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O evento será realizado em São Paulo, nos dias 6 e 7 de agosto, com palestrantes de dez países. Já confirmaram presença Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo) e Manuela d’Ávila (PCdoB). Também vão participar o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga

O termo govtech vem do inglês e trata de como incluir tecnologia na gestão prática do Estado. “A ideia do evento é falar, pela primeira vez no Brasil, sobre como trazer essas pautas para dentro do governo, esse é um desafio do século 21”, disse a presidente do BrazilLAB, Letícia Piccolotto. “Tem hoje uma camada de eleitores que é de millennials, que querem um governo menos burocrático, mais digital, onde serviços podem ser acessados via dispositivo celular”, acrescentou ela. 

O diretor do ITS, Ronaldo Lemos Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

No primeiro dia do encontro, os participantes vão dividir experiências internacionais, como da Índia e de Israel; no segundo, será a vez de os presidenciáveis apresentarem suas propostas de inovar e incorporar tecnologias em seus governos.

A importância de conhecer as experiências de outros países, segundo os organizadores, é que o Brasil está muito atrasado neste setor. Países como Uruguai, Israel, Estônia e Índia já são considerados Estados muito mais digitalizados que o brasileiro. 

“O Uruguai tem plano de governo digital desde 2007. Chile, a mesma coisa. O Brasil está virando o patinho feio, um Estado cada vez mais obsoleto, ineficiente e burocrático”, disse o diretor do ITS, Ronaldo Lemos, um dos organizadores do evento. Na Índia, por exemplo, todos os cidadãos são cadastrados por íris e biometria, o que torna a prestação de serviços mais fácil. 

A tecnologia pode parecer um tema ainda distante do debate eleitoral, mas pode ajudar a solucionar problemas de saúde, educação e segurança pública, segundo os organizadores do evento. Aqui no Brasil, afirmou Lemos, como já se começou a fazer biometria dos eleitores, seria possível utilizar o serviço para marcar consultas no SUS ou abrir uma conta no banco. 

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A burocracia sai muito cara para o País. “Na Argentina, você consegue abrir uma empresa em um dia na internet. No Chile e no Uruguai, também é online. No Brasil, dados do Banco Mundial mostram que os trâmites podem demorar 79 dias”, disse o diretor do ITS. Além disso, ter um sistema unificado de identificação dos cidadãos pode prevenir fraudes também, como uma pessoa com diferentes identidades ou carteiras de trabalho.

Ao final do GovTech, será apresentado um documento aos presidenciáveis com soluções para o País vencer as barreiras da burocracia e inovar numa próxima gestão. Patrocinado pela Fundação BRAVA, Banco Itaú, Fundação Lemann, Grupo Boticário, Instituto Humanize, Magazine Luiza, Stone e Gol, o evento será transmitido ao vivo pelo site do Estado e pelos canais do jornal nas redes sociais. Internautas poderão enviar perguntas para os palestrantes, inclusive aos pré-candidatos.

TRÊS PERGUNTAS PARA...

Luciano Huck, apresentador de TV e um dos curadores do GovTech.

1) Qual a importância de um governo aderir a novas tecnologias?

A tecnologia com o que já está posto, e o que está por vir, é a melhor maneira de escalar rapidamente boas soluções para alguns dos maiores problemas do Brasil quando se fala de gestão e políticas públicas.

2) Por que essa discussão é importante neste ano eleitoral?

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Não consigo enxergar a necessária reforma do Estado e a melhora na qualidade de muitos dos serviços que hoje o Estado presta de maneira cara, ineficiente e de má qualidade, sem passar pela tecnologia. O que coloca o tema de maneira importante na pauta deste ano eleitoral.

3) Qual o maior desafio do próximo presidente do ponto de vista de tecnologia e inovação?

Fazer com que o Brasil seja um polo de inovação e pesquisa, abrir o país unilateralmente para o mundo em relação a este tema e brigar com unhas e dentes para que a burocracia e os pequenos poderes não sejam um empecilho para a construção de uma agenda digital para o Estado.

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