PUBLICIDADE

Estudo mostra pontos fortes e fracos do PSDB no primeiro turno das municipais

Em todo o País, candidatos a prefeitos tucanos receberam 17,6 milhões de votos, o maior número em comparação com outras legendas

PUBLICIDADE

Por Erich Decat
Atualização:
O prefeito eleito, João Doria, concede entrevista exclusiva na sede do Grupo Doria, no Jardim Europa, zona oeste de São Paulo Foto: Gabriela Biló/Estadão

BRASÍLIA - O raio X feito pela cúpula do PSDB, nos resultados do primeiro turno das eleições municipais deste ano, revela que a legenda teve um crescimento exponencial no número de votantes em alguns centros metropolitanos considerados estratégicos para a disputa presidencial de 2018. O levantamento, realizado pelo Instituto Teotônio Vilela (centro de estudo e formação dos tucanos), também demonstra que o partido perdeu eleitores em redutos consagrados do PSDB.

PUBLICIDADE

Em todo o País, candidatos a prefeitos tucanos receberam 17,6 milhões de votos, o maior número em comparação com outras legendas. Já os candidatos a vereadores do partido conquistaram o apoio 9 milhões de eleitores, o que resultou na eleição de 5.355 representantes da legenda para as câmaras municipais de todo o País. 

De acordo com o estudo do ITV, o Estado de Mato Grosso foi onde se registrou o maior percentual de crescimento dos votos no PSDB. O total de apoio passou de 53.955 para 352.818 (crescimento 553,9%), ao se comparar a disputa municipal deste ano com a de 2012.

O Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do País, ficou em segundo colocado ao se considerar o crescimento do número de votos aos candidatos tucanos. Passou-se de 121.265 para 522.718, um aumento de 331,10%. No caso do Rio, o curioso é que também foi onde a legenda teve o menor índice de vitórias. Dos 35 candidatos, apenas 2 conseguiram se eleger. No quesito, crescimento de votos, a Bahia ficou em terceiro colocado. O aumento foi de 208,6% no Estado, passando de 128.118 para 395.404.

Em valores absolutos, São Paulo, que elegeu na capital o prefeito João Dória (PSDB), registrou 6.848.985 de votos a candidatos do partido. Um crescimento de 26,80% em comparação com 2012. O Estado é o maior colégio eleitoral do País.

Negativo. A tabela com os percentuais de votação também expõem alguns pontos fracos do PSDB nesta eleição. Segundo maior colégio eleitoral do Brasile reduto do senador Aécio Neves, Minas Gerais teve um crescimento negativo do número de eleitores ao se comparar com a última disputa municipal. O número de votos em candidatos do PSDB no Estado caiu de 1.738.145 para 1.670.930, o que representa uma queda de 3,90%. Apesar desse quadro, dos 270 candidatos da legenda que disputaram o comando de uma das prefeituras mineiras, 132 tiveram êxito. Uma "taxa de sucesso" de 48,9%. O Estado que teve a maior redução no número de votos foi Roraima, onde o número despencou de 16.215 para 4.078 (-74,90%). Na sequência aparecem Acre (-70,5%) e Pernambuco (-34,30%).

Confrontos. Nesta eleição municipal, o PSDB também aproveitou o enfraquecimento do PT no âmbito federal para ganhar território sobre o principal adversário. O confronto direto entre as duas legendas ocorreu em 312 municípios, sendo que em 114 os tucanos foram vitoriosos, enquanto o PT se sobressaiu em 34. Em outras 143 cidades o vencedor foi de um terceiro partido. As duas legendas voltam a se enfrentar no segundo turno em 21 municípios. 

Publicidade

Orçamento. Com a conquista de 793 prefeituras no primeiro turno, o PSDB será responsável por administrar o maior volume de recursos municipais a partir de janeiro de 2017. O partido vai administrar um orçamento que soma R$ 136,2 bilhões, ante R$ 57,3 bilhões atualmente. De acordo com o ITV, o PT, que administrava R$ 110 bilhões, caiu para R$ 15,8 bilhões. O PMDB governava R$ 63,4 bilhões e agora terá R$ 69,8 bilhões para gerir.