27 de maio de 2012 | 03h06
De menino da roça a cidadão do mundo, a história do mineiro Walther Moreira Salles (1912-2001), cujo centenário de nascimento celebra-se amanhã, bem poderia render filme ou livro daqueles calcados em sagas pessoais. Mas a complexidade do personagem parece maior: a criança que sai aos cinco anos de idade, em lombo de burro, de Pouso Alegre para Poços de Caldas, cruza um século de profundas transformações. Move-se num Brasil que se urbaniza, numa economia agrícola que se expande para o setor primário e de serviços, numa capital à beira-mar que envereda para o Planalto Central. Foi nessa paisagem mutante que Moreira Salles assumiu, ainda jovem, o controle de uma casa bancária. Depois uma união de bancos. E uma poderosa gama de negócios em setores como mineração, petroquímica, agroindústria.
Foi protagonista de momentos decisivos da vida política brasileira. Negociador da dívida externa, embaixador em Washington, ministro da Fazenda no gabinete parlamentarista de Tancredo, serviu a quatro presidentes: Getúlio, Juscelino, Jânio e Jango. No regime militar, quase foi cassado. Quando nada mais precisava provar e nada se lhe exigiria, criou um instituto cultural modelar, o IMS.
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