A cidade de Santos (SP) estava em 2014 entre os dez municípios com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País. Mas um indicador incomodava a gestão municipal: o coeficiente de mortalidade infantil, que estava em 13,9 – ou seja, eram registrados quase 14 óbitos a cada mil bebês nascidos. O número estava bem maior que a taxa de até 10 óbitos por mil estabelecida como aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A saída encontrada para tentar reverter este quadro, depois de um estudo de diagnóstico da situação, foi investir na “ponta” do serviço de saúde municipal, com orientações e cuidado especial às gestantes. Assim surgiu o programa Mãe Santista, no qual mulheres grávidas recebem acompanhamento e atenção específica em exames pré-natais, no parto e no período pós-parto.
Kits
As mulheres participantes do programa recebem dois kits de materiais para a gravidez. O primeiro, entregue na primeira consulta, é composto por materiais educativos, com cadernetas de consultas, vacinas e orientações sobre exames necessários. O segundo, entregue mediante a realização de exames e consultas feitos no próprio sistema público, a gestante recebe um enxoval, com camisola, chinelo e roupinhas para o bebê.
Bons resultados começaram a aparecer em menos de três anos e, agora, em 2020, o coeficiente de mortalidade infantil do primeiro semestre de 2020 na cidade foi de 7,2. “Vidas foram salvas”, disse o secretário de Saúde do município, Fábio Ferraz. Para ele, o segredo de uma política pública de qualidade está no planejamento. “Os municípios devem se aprimorar no fator de planejamento. Aprimorar o planejamento e a verificação de resultados é uma agenda necessária para o setor público”, afirmou Ferraz.