Em meio a negociações, Alckmin lança movimento para unir centro

Ideia é unificar sociedade civil em uma 'frente' que represente um projeto unificado para o centro

Por Renan Truffi
Atualização:

BRASÍLIA - O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, anunciou nesta quinta-feira, 26, que vai lançar um o "movimento centro democrático". A ideia é unir movimentos da sociedade civil, como trabalhadores, empresários e empreendedores, em uma espécie de frente que represente um projeto único para o centro. 

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A proposta foi apresentada em meio às negociações entre PSDB e MDB para uma chapa que una Alckmin e o pré-candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles. Alckmin negou que esteja conversando com os emedebista para uma eventual composição de Meirelles como vice. Ele afirmou, no entanto, que está aberto ao diálogo.

Ex-governador de São Paulo quer construir um projeto único de governoidentificado com as propostas do centro. Foto: Andre Dusek/Estadão

"Não tive nenhum contato nem com o presidente Temer, nem com ninguém. E estamos abertos ao diálogo, mas não teve nada disso (negociação de chapa com MDB e Meirelles). Seria até uma indelicadeza com o MDB, que tem pré-candidato. Agora, diálogo, conversar, é sempre positivo", disse.

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"Vamos lançar o movimento centro democrático, que não é PSDB, é trazer a sociedade civil para um projeto em torno do Brasil", complementou. A proposta está sendo discutida pela cúpula da campanha tucana. Num primeiro momento, a estratégia será agregar líderes de setores estratégicos e de movimentos populares.

A reportagem do Estadão/Broadcast apurou, por exemplo, que, entre os trabalhadores, a ideia é buscar apoio da União Geral dos Trabalhadores (UGT). Na área do agronegócio, as conversas seriam com a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA).

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Com essas entidades, Alckmin quer construir um projeto único de governo, identificado com as propostas de centro. "Centro democrático é você trazer lideranças de vários setores, trabalhadores, empresários, área da cultura, fazer um movimento para unir o Brasil em torno de um projeto para desafios que o próximo presidente vai ter", explicou após se reunir com líderes do agronegócio na sede da CNA, em Brasília.

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Posterior a isso, garantem interlocutores tucanos, o movimento "centro democrático" teria como objetivo agregar num segundo momento outros partidos e candidaturas de centro para fortalecer as chances do movimento chegar ao segundo turno das eleições presidenciais.

"O que o Brasil não pode é essa coisa de nós contra eles, o radicalismo não vai fazer com que a gente avance, precisamos pregar a união nacional", defendeu Alckmin. Além de Alckmin, a CNA recebeu nesta quinta o pré-candidato do PRB à Presidência, Flávio Rocha.