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Em Berlim, Lula diz que não ficou surpreso com operação

Por CRISTIANE VIEIRA TEIXEIRA e BERLIM
Atualização:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um comentário breve ontem sobre o escândalo envolvendo a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha: "Não, não fiquei surpreso", disse, ao deixar o Congresso Internacional do Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha, em Berlim, ao ser questionado se "havia ficado surpreso" com a Operação Porto Seguro, que apontou a existência de grupo que vendia pareceres de órgãos públicos a empresas privadas.O ex-presidente foi responsável pela nomeação de Rose, como a ex-assessora é conhecida. Ela é suspeita de tráfico de influência por causa de suas relações com Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), apontado pela Polícia Federal como chefe do grupo que vendia os pareceres. Foi ela quem o indicou para o cargo.Segundo as investigações, Rose recebeu benefícios, como viagens em cruzeiros, ao usar o cargo em São Paulo a fim de oferecer facilidades para a quadrilha. A ex-assessora deixou o cargo após a deflagração da operação, há duas semanas.Em Berlim, além de participar como palestrante do congresso do sindicato, Lula o convidado da fundação política alemã Friedrich Ebert para um colóquio sobre o papel do Brasil na nova ordem mundial, ao lado do líder da bancada social-democrata no Parlamento alemão, o deputado Frank-Walter Steinmeier (SPD), opositor ao partido da chanceler Angela Merkel (CDU).Em ambos os eventos, Lula apontou o incentivo ao comércio como uma possível solução para a crise dos países da zona do euro. "Precisamos aumentar o consumo e o comércio para aumentar o emprego e estamos fazendo exatamente o contrário", criticou. Amanhã, o ex-presidente segue para Doha, no Catar.

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