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O jogo da democracia no Brasil e no mundo

Eleições projetam cores e caras para 2022

Disputa municipal antecipa os campos políticos que irão predominar nos anos seguintes

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Por João Gabriel de Lima
Atualização:

Vermelho, azul e verde. Seria exagero dizer que o pleito municipal, as “midterm elections” do Brasil, antecipam a disputa presidencial. Elas definem, no entanto, os campos políticos que irão predominar nos anos seguintes. Abertas as urnas, eles são três. O “verde” do bolsonarismo, o “vermelho” da esquerda e o “azul” de um centro que tende à direita.

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O resultados trazem mensagens diferentes para cada campo.

Os “azuis” Eduardo Paes (DEM) e Bruno Covas (PSDB) ganharam votações expressivas no Rio e em São Paulo, os dois maiores colégios eleitorais municipais. No terceiro, Salvador, Bruno Reis (DEM) ganhou no primeiro turno. Como o centro tende à direita, trata-se de uma notícia ruim para o presidente Jair Bolsonaro. Muitos dos que descarregaram nele o voto útil em 2018 encontraram novas alternativas em 2020 – e talvez procurem-nas em 2022.

Entre os “vermelhos”, a mensagem é o crescimento para fora dos muros do PT. Guilherme Boulos (PSOL) conquistou uma votação expressiva em São Paulo, Manuela D’Ávila (PCdoB), em Porto Alegre, e dois candidatos jovens de esquerda foram bem no Recife, João Campos (PSB) e Marília Arraes – esta última, do PT.

Os “verdes” de Bolsonaro não têm muito o que comemorar. Fracassaram com Celso Russomanno em São Paulo. No Rio, Marcelo Crivella se arrastou até o segundo turno – mas as rejeições do atual prefeito e do presidente, somadas, dão grande favoritismo a Paes.

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Não é o caso, no entanto, de vaticinar uma derrota de Bolsonaro em 2022. Primeiro, ele leva a vantagem natural de ser presidente. Segundo, largou na frente. Os eleitores já sabem que o candidato do bolsonarismo em 2022 é Jair Bolsonaro.

Enquanto isso, as cores “azul” e “vermelha” ainda estão em busca, cada uma, de um rosto que unifique seus matizes. A boa notícia, nos dois campos, é o surgimento de caras novas com projeção nacional – Covas, Boulos, Manuela, Bruno Reis e muitos outros.

No bolsonarismo, há poucos rostos inéditos. O presidente desfila montado no cavalo de Átila – não nasceu nem deverá nascer grama nova no campo dos “verdes”.

*JORNALISTA, ESCRITOR E PROFESSOR DA FAAP E DO INSPER

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