Eleições municipais têm a maior dispersão partidária da história
Número de partidos que saíram vencedores em ao menos uma cidade nas eleições deste ano pode ainda aumentar
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Por Daniel Bramatti , Rodrigo Burgarelli , Fabiana Cambricoli , José Roberto de Toledo e Guilherme Duarte
Atualização:
Dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que 31 partidos vão comandar ao menos uma cidade a partir do ano que vem. É a maior dispersão partidária no comando dos Executivos municipais da história, ao menos na quantidade de siglas diferentes no controle das prefeituras. Em 2012, eram 26.
O número de partidos que saíram vencedores em ao menos uma cidade nas eleições deste ano pode ainda aumentar, já que, até o fechamento desta reportagem, às 23h30 de ontem, o TSE havia terminado a apuração em 5.426 municípios, além dos 55 que vão disputar ainda mais um turno. Faltam, portanto, 87 cidades, e o número de siglas poderia ainda aumentar. Candidatos de 35 partidos diferentes concorreram ao cargo de prefeito neste ano.
Veja os memes das Eleições 2016
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Rio de Janeiro
Internauta sugere que o famoso biscoito carioca Globo se chamaráRecordapós a vitória de Marcelo Crivella (PRB) no Rio, que é ligado à Igreja Universal... Foto: Reprodução/TwitterMais
Porto Alegre x Curitiba
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BH
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Florianópolis
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Florianópolis
Disputa em Florianópolis também foi comparada ao concurso de Miss Universo de 2015, em que candidata vitoriosa foi anunciada após equívoco Foto: Reprodução/Twitter
Curitiba
Internauta assinala uma possível semelhança entre o prefeito eleito de Curitiba,Rafael Greca (PMN), e o tio Victor, do programa de televisão "Castelo ... Foto: Reprodução/TwitterMais
Rio de Janeiro
Crivella também foi comparado a um participante do programa "Show do Milhão", do SBT Foto: Reprodução/Twitter
Rio de Janeiro
Usuário do Twitter atribui resultado no Rio à diferença no discurso entre os candidatos Foto: Reprodução/Twitter
Pessimismo
"Desapontado, mas não surpreso" (em tradução livre) foi o lema de muitos eleitores hoje Foto: Reprodução/Twitter
Anos 90
Internautas também lembraram outras votações icônicas, como a da nova loira do grupo É o Tchan! nos anos 1990 Foto: Reprodução/Twitter
Rio de Janeiro
Um perfil com o nome de Deus também sde pronunciou nas redes sociais Foto: Reprodução/Twitter
Rio de Janeiro
Posts do pastor Silas Malafaia no twitter também acabaram virando meme Foto: Reprodução/Twitter
Rio de Janeiro
Internautas também lembraram da proximidade entre o prefeito eleito do Rio e a Igreja Universal Foto: Reprodução/Twitter
Rio de Janeiro
Muita gente ficou decepcionada com a derrota de Freixo Foto: Reprodução/Twitter
Rio de Janeiro
Mas também teve quem comemorasse a vitória de Crivella Foto: Reprodução/Twitter
MasterChef Brasil
A comparação com programadas de televisão também chegou ao reality show MasterChef Brasil Foto: Reprodução/Twitter
Sempre
Este candidato, com certeza, não perdeu apoio Foto:
Bolo da democracia
Nem o bolo foi perdoado Foto:
Expectativa?
Os ânimos ficaram à flor da pele com o resultado. E nem todo mundo ficou contente Foto:
V de Vitória
João Doria ficou famoso pelo símbolo com as mãos. Até demais. Foto:
Game Over
Você pode não se lembrar, mas João Doria foi o sucessor de Roberto Justus no programa 'O Aprendiz' Foto: Reprodução
Mais que o limite
Mas alguns não esqueceram as medidas do prefeito, quando as apurações começaram Foto: Reprodução Facebook
Treinamento
Alguns eleitores ensaiaram em casa antes de votar Foto: Reprodução
Lava Jato
Uma foto curiosa que circula na web mostra um senhor envolvido em uma bandeira do Brasil, portandouma máquina de água pressurizada, uma suposta homena... Foto: ReproduçãoMais
Gastronomia
Uma imagem, mil palavras Foto: Reprodução
Alter ego
O eleitor acima teve derevelar sua verdadeira identidade Foto: Reprodução
Futebol
Nestas eleições, sobrou para os torcedores do Grêmio Foto: Reprodução
Mensagem subliminar
A diferença que faz uma vírgula Foto: Reprodução
Domingo ela não vai
Clássica desde 2012, apiada quenão pode faltar nas eleições. PS: Carla Perez fez a foto. Foto: Reprodução
Ops...
Uma candidata atualizou as definiçõesde azar ao fazer campanha com o número errado. Somente ao ficar de frente com a urna ela percebeu o engano. Foto: Reprodução
Santinhos
A foto também é de eleições passadas, mas o problema das ruas sujas com folhetos de campanhacontinua Foto: Reprodução
Dupla personalidade
A vilã Carminha, da Novela Avenida Brasil (2012), foi relembrada por fãs Foto: Reprodução
Protesto
Esta eleitora resolveu protestar invadindo uma foto do candidato a prefeito do Rio, Pedro Paulo (PMDB), que minimizou o aumento de suarejeição e a agr... Foto: ReproduçãoMais
Uniforme
E lembrando uma discussão sobre uniforme nas escolas, houve quem sugerisse o novouniforminho... Foto:
Transporte
...etambém o meio de locomoção da equipe da Prefeitura Foto: Reprodução
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A série histórica do TSE mostra que houve um crescimento quase constante no número de siglas dividindo a gestão dos municípios brasileiros desde 1996, primeiro ano em que há dados em formato eletrônico. Naquele ano, 22 partidos conseguiram eleger ao menos um candidato a prefeito. O número subiu para 25 nas eleições municipais seguintes e, apesar de ter registrado leve queda em 2004 e 2008, cresceu para 26 em 2012 e, agora, para 31.
Fragmentação. Outras medidas de dispersão também apontam para um aumento da fragmentação partidária no controle das administrações municipais. Uma delas é o índice de Gini - medida usada internacionalmente para medir desigualdade de renda, mas que pode ser utilizada para calcular a concentração de qualquer variável.
O Estadão Dados calculou esse índice para todas as eleições municipais, usando como referência o número de prefeituras que cada partido conquistou em cada pleito. De acordo com esse cálculo, a eleição de 2016 foi a mais dispersa da história, com índice de 0.68 - ele seria zero se cada partido ganhasse um número igual de prefeituras e 1 se apenas um partido ganhasse todas, o que significaria concentração total. Em 1996, esse índice foi de 0.81.
Grande parte dessa variação não se deve aos partidos que estão no topo do ranking dos que elegeram mais candidatos, mas sim aos da parte de baixo. Em outras palavras: o aumento da dispersão partidária se deu especialmente porque mais partidos pequenos venceram as eleições municipais, e não porque houve uma queda na proporção de cidades governadas pelos maiores.
Maiores. Os dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que os cinco partidos com o maior número de prefeitos eleitos neste ano controlava uma proporção similar de cidades após as eleições de 2012: 60%. No entanto, os quinze partidos menores venceram 4,9% das prefeituras em 2016 - a metade do que os quinze menores haviam ganhado em 2012.
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Essas duas medidas, porém, já foram bem menos dispersas no início da série histórica do TSE. Em 1996, os cinco maiores partidos foram vencedores de praticamente quatro em cada cinco cidades. E os quinze menores conquistaram cerca de 11% das prefeituras.