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'Ela disse que tinha um amigo que podia me ajudar'

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Por Redação
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O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) confirmou que sua ex-assessora Denise de Alencar Cavalcanti "arrumou uma ou duas vezes" aviões para que viajasse ao interior na época do diálogo flagrada em escuta telefônica - a conversa data de 15 de julho de 2010. Ele, contudo, disse não estar seguro de que a aeronave fosse do empresário Olívio Scamatti. "Não tenho certeza de que esse avião era do Olívio."Vaccarezza negou que tenha ordenado à assessora que pedisse o avião em seu nome. "Ela me disse que tinha um amigo que podia arrumar." O petista afirmou que em nenhum momento Denise lhe disse que a aeronave era do empreiteiro.Embora a assessora tenha sido flagrada pedindo um avião "para o dia seguinte", o deputado disse que não foi ao interior em voo de carreira porque tinha "urgência" para encontrar, na região de Pereira Barreto (SP), um advogado que hoje está lotado em seu gabinete na Câmara.O deputado negou que tenha pedido para Denise tratar de emendas com Scamatti. Afirmou não ter destinado verba para obras em um aterro na cidade de Olímpia. O ex-líder do governo na Câmara rechaçou a hipótese de ter dado aval a Denise para que negociasse emendas suas com quem quer que fosse. "Em hipótese nenhuma", disse ele.Vaccarezza disse que viu Olívio "apenas" quatro ou cinco vezes na vida e afirmou ter demitido Denise logo após as eleições de 2010. Ele nega que a saída dela - e a do marido de Denise, que também era funcionário do gabinete - tenha vinculação com os episódios envolvendo Scamatti.A reportagem tentou contato com Denise no Serviço Funerário da cidade de São Paulo, onde ela está lotada, mas não conseguiu localizá-la.O criminalista Alberto Zacharias Toron, defensor de Scamatti, entrou com habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região. Toron resumiu dois argumentos de seu pedido. "O juiz (que mandou prender Scamatti) disse que Olívio é rico e pode fugir. Se isso fosse legítimo todo rico que fosse processado deveria ficar preso. Um preconceito inadmissível. Além disso, as provas todas já foram colhidas. Não faz sentido a prisão." F.G. e F.M.

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