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Eduardo Jorge diz que Marina é como qualquer outra concorrente

Candidato do PV à Presidência fala sobre antiga aliada do partido e defende reforma política com aumento da participação popular

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Por Redação
Atualização:

Com um história política construída no PT, o candidato à Presidência da República Eduardo Jorge afirmou nesta segunda-feira, 18, durante sua participação na série Entrevistas Estadão, que vai tratar a candidata Marina Silva como qualquer um dos seus concorrentes na disputa eleitoral. Ele, no entanto, afirmou que a presença da ex-ministra do Meio Ambiente na campanha é importante para o debate sobre o desenvolvimento sustentável. Negando que suas propostas de redução ministerial sejam "conservadores" e se dizendo um "novato" na questão ambientalista (um dos eixos do PV na campanha presidencial) ele criticou a política como "negócio" não poupando nem mesmo seu próprio partido. "É verdade que o PV foi enferrujado pela política brasileira. O PV também sofreu esse processo de corrosão da política de representação. Ele precisa ser democratizado e seguir a reforma que eu estou propondo ao Estado Brasileiro e a política representativo do País", afirmou Eduardo Jorge. A solução, segundo ele, seria uma política feita de baixo para cima, não o inverso. "Hoje Brasília centraliza todos os recursos, deixando as prefeituras dependentes do presidente para conseguir verbas. As políticas públicas devem ser focadas nos municípios. Vereador deve ser cargo público de honra, política não pode se tornar carreira", explicou.Polêmicas. Aproveitando para prestar sua solidariedade à família de Eduardo Campos, o candidato aproveitou para falar sobre sua provável adversária e que concorreu a presidência pelo PV em 2010, Marina Silva. "Acho bom, pois é uma outra força comprometida com o meio ambiente", disse, aproveitando para emendar que a saída de Marina do partido trouxe de volta ao programa de governo do partido a defesa de temas polêmicos como o aborto e a descriminalização das drogas. "Temos posições diferentes não só em relação à Marina Silva, mas em relação a todos os candidatos", explicou. ""Em 2010 fizemos uma coligação programática com a Marina, como ela gosta de dizer. Havia algumas pautas no nosso programa que ela não concordava por motivos religiosos". Um dos pontos defendidos por Eduardo Jorge foi a descriminalização das drogas. Segundo o candidato, a política atual, resultado do acordo com a ONU assinado pelo Brasil há cerca de 50 anos atrás, é "é o maior fracasso de política pública da organização". "A única coisa que aumentou com essa política contra as drogas foi o aumento da criminalização e o maior poder do crime, que hoje comanda as maiores cidades do País. Então a nossa proposta é a legalização e também a regulação do comércio, ou seja, não há um incentivo ao consumo", diz.

'Nosso programa é bem radical hoje' Foto: Eduardo Nicolau/Estadão

Saúde. Médico de formação, Jorge comemorou ao ser questionado sobre o SUS e aproveitou para mostrar seu desagravo com o programa "Mais Médicos", um dos pilares do atual sistema de saúde. "O Mais Médicos é um tapa buraco que tem função eleitoral", criticou. "Não existe problema em importar médico, outros países fazem isso. Mas é preciso passar pelos processos de validação de cada país. E não se pode trabalhar de forma escrava. O contrato feito com Cuba foi uma vergonha, pois pega a maior parte do salário dos trabalhadores", afirmou. "Vou transferir os recursos cada vez mais para os municípios e dar mais autoridade a eles, com organização de regiões pelo governo estadual", defende para o tema. Ainda nesta semana serão entrevistados pelo Estadão os candidatos do PSC, Pastor Everaldo, na quarta-feira, 20, e do PSOL, Luciana Genro, na sexta, 22.

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