Do regime militar ao 'fora Feliciano'

Atos e demandas variadas dividiram a via em paz

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Por Nataly Costa
Atualização:

Em mais um dia de manifestações na Avenida Paulista, um grupo que protestava contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), outro contra a corrupção e ainda pessoas que defendiam a volta do governo militar ocuparam a via de forma pacífica até o início da noite de ontem. A Polícia Militar só acompanhou os manifestantes, sem qualquer tipo de confronto.Na frente do Parque Trianon, a aposentada Elis Regina Nogueira, de 48 anos, estava perdida. Veio de Ribeirão Preto, no interior do Estado, para uma manifestação marcada pelo Facebook às 17h em prol da tomada de poder pelas Forças Armadas, mas não encontrou ninguém. Nem os policiais militares sabiam do evento. "O pessoal em São Paulo é meio atrasado, né?"Do outro lado da calçada, cerca de 60 pessoas também protestavam, em mais um ato convocado pelo Facebook. Na pauta dessa manifestação estava o fim da corrupção, a saída de Renan Calheiros (PMDB) da presidência do Senado e a prisão dos mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).Um integrante da União da Juventude Brasileira (UJB) gritava palavras de ordem no megafone, mas nem assim chamava a atenção da pequena plateia. "Não sei o que aconteceu, já juntamos muito mais gente aqui", disse a advogada Ligya Rodrigues Fernandes da Silva, fundadora da comunidade online Pátria Minha. Por volta das 17h30, outros grupos de não mais que três pessoas foram se juntando, como representantes dos aposentados e pensionistas do Aerus, fundo de pensão da antiga Varig, que ainda esperam pagamentos devidos. A aposentada Elis Regina, que procurava o grupo pró militares, encontrou mais uma colega de Facebook. Minutos depois, chegaram mais quatro pessoas. Mascarados seguravam faixas pedindo a volta da ditadura militar. "A gente não mostra a cara porque nossas exigências são radicais", disse Fernando, de 30 anos, que não quis mencionar o sobrenome. Feliciano. Com tambores e bandeiras, outro grupo se reuniu na Praça do Ciclista para pedir a saída do deputado Feliciano da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. O ato foi pacífico e reuniu cerca de 500 pessoas, que cantavam contra o preconceito. "Eu amo homem, amo mulher, tenho direito de amar quem eu quiser", dizia uma das músicas.O trânsito na região ficou complicado, mas não chegou a ser interrompido.

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