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Diretório nacional do PT aprova indicação de Alckmin como vice de Lula

Sigla afirma que é preciso ampliar apoio ao ex-presidente ‘em outros setores políticos’ e que a coligação nacional com PSB é ‘importante passo’

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Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Beatriz Bulla
Por Luiz Vassallo e Beatriz Bulla
Atualização:

Em uma reunião fechada, o diretório nacional do PT referendou a indicação do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chapa para disputar as eleições presidenciais em 2022. A decisão era dada como certa no partido. Na mesma reunião, o partido aprovou a federação com PCdoB e o PV.

O diretório nacional do PT sustenta que é preciso “buscar ampliar o apoio a Lula em outros setores políticos e sociais do campo democrático” e que a coligação nacional com o PSB “será importante passo” nessa direção. “Confirmará nossa disposição de, no governo, implementar um programa de reconstrução e transformação do Brasil, ampliando nossa base social”, diz a resolução aprovada pelo diretório nacional.

O ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Lula; PT sela união com PSB para chapa presidencial Foto: Werther Santana/Estadão

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O PT afirma, na resolução, que a política de alianças e a tática eleitoral do partido serão definitivamente aprovadas no encontro nacional do partido em 4 e 5 de junho. Antes disso, no início de maio, Lula e Alckmin devem participar de ato público juntos, em evento no qual os petistas pretendem mostrar um amplo arco de apoio. 

A reunião desta quarta, 13, foi virtual e contou com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, membros do Diretório Nacional do partido, e os líderes do partido no Congresso, como o senador Paulo Rocha e o deputado federal Reginaldo Lopes. O nome de Alckmin foi aprovado com 68 votos a favor e 16 contrários. 

Desde o jantar organizado pelo grupo de advogados Prerrogativas, em dezembro, no qual Lula e Alckmin posaram para fotos juntos, a cúpula do PT já esperava ter maioria para aprovar a união que vinha sendo costurada. No último mês, no entanto, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, intensificou a articulação interna. Foi a petista quem avisou Lula e também Alckmin sobre o resultado da reunião desta quarta-feira. A representação das correntes do partido no Encontro Nacional, marcado para junho, é semelhante ao diretório, o que deve garantir a mesma maioria folgada de 81% dos votos a favor da união com Alckmin na reunião. 

A defesa do projeto com o ex-tucano foi apresentada pelos deputados federais Maria do Rosário e José Guimarães, representando as correntes Avante e a majoritária CNB. O deputado federal Rui Falcão foi um dos que se opôs à definição de uma aliança com Alckmin. Dos 16 votos contrários, 13 foram contra estabelecer a presença do ex-tucano na chapa, mas a favor da coligação com o PSB. Falcão estava neste grupo, defendido pelas correntes Articulação de Esquerda e Democracia Socialista. Outros 3 integrantes do diretório, membros da tendência Diálogo e Ação Petista, foram contra a reunião com o PSB.

A composição da federação ainda é um ponto de divergência entre os partidos. Por um lado, PV e PCdoB querem ter mais poder de decisão, diante de resistências do PT, maior partido da federação.

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A decisão sobre contar com Alckmin como vice apenas avaliza um acordo que vinha sendo costurado pela cúpula do partido desde o fim do ano passado. A primeira aparição pública de Lula e Alckmin juntos foi durante o jantar do Grupo Prerrogativas em São Paulo, que contou com lideranças de ambos os partidos, além de apoiadores de outras legendas, como o senador Renan Calheiros (MDB), e o senador Randolfe Rodrigues (Rede), que entrou para a coordenação da campanha de Lula. 

Na semana passada, o ex-governador participou de uma reunião com Lula e as cúpulas do PT e do PSB em um hotel em São Paulo. Durante o encontro, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, entregou uma carta a petistas em que formalizou a indicação de Alckmin como vice de Lula.

Nesta quarta-feira, 13, o PT adiou o lançamento oficial da chapa, marcado para 30 de abril, para o dia 7 de maio. A mudança se deu para ajustar a agenda petista com a de partidos aliados, como o PSB, que fará seu Congresso Nacional, e o PSOL, que promoverá sua Conferência Eleitoral – ambos os eventos se encerram no dia 30.