Dias teve apoio de Mercadante para ministério

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Por Redação
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O presidente do PDT, ex-ministro Carlos Lupi, deixou o cargo em dezembro de 2011, no rastro de denúncias de corrupção no Ministério do Trabalho que envolviam cobrança de propina para registros sindicais.O ministério permaneceu nas mãos do PDT, mas foi entregue a Brizola Neto, político com o qual a presidente Dilma Rousseff tinha proximidade. O grupo político ligado a Lupi, no entanto, conseguiu derrubar Brizola Neto e voltou ao governo um ano e três meses após a "faxina" ética. A reabilitação de Lupi ocorreu após o PDT ameaçar dar aval à provável candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ao Palácio do Planalto em 2014.Foi o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT), que negociou a entrada de Manoel Dias - secretário-geral do PDT e apadrinhado por Lupi - na pasta do Trabalho. Mercadante deixou claro, nas reuniões, que o PDT não teria "porteira fechada", mas, mesmo assim, o partido se rebelou. Nos últimos dias, Lupi chegou a dizer que o apoio a Dilma, nas eleições de 2014, não estava garantido. "Ainda precisamos ver qual será o melhor caminho para a nossa sobrevivência", resumiu o presidente do PDT.Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), contou já ter conversado com Dias sobre a situação. "Ele me parece um homem sério, mas falou que enfrenta dificuldades porque a base do PDT quer o ministério voltado para o partido. Disse que, se não for assim, terá de buscar mais espaço para o PDT em outros locais da Esplanada", descreveu. "Um ministério deveria ser republicano e representar o governo, e não estar a serviço de uma ou outra central." Na prática, a autorização para registros de sindicatos de trabalhadores e também patronais - a cargo da secretaria nas mãos do petista Manoel Messias Melo - é encarada como uma mina de ouro. Somente depois de vencida essa etapa é que as entidades podem receber uma fatia do imposto sindical, correspondente a um dia de salário do empregado.A briga entre grupos do PDT se acentuou no ano passado, quando o então ministro Brizola Neto suspendeu processos de registros de 600 associações de pescadores. Se a medida tivesse passado, os sindicatos seriam incorporados à Força, que, pela primeira vez, ultrapassaria a CUT em número de filiados. / V.R.

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