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Deputada eleita por São Paulo, Joice Hasselmann visita Bolsonaro no Rio

Joice ressaltou a fácil governabilidade que Bolsonaro terá se eleito Presidente e declarou apoio a Doria por ele ser 'rejeitado pelo PSDB'

Por Fabio Grellet
Atualização:

RIO - Após se reunir no fim da tarde desta quinta-feira, 18, com o candidato do PSL à presidência da República nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, a jornalista e recém-eleita deputada federal pelo mesmo partido Joice Hasselmann afirmou ter conversado sobre educação com o presidenciável, elogiou a decisão de Bolsonaro de não ir aos debates e garantiu que, se eleito, o militar terá uma bancada de “mais de 300” parlamentares. A conversa ocorreu na casa de Bolsonaro, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio).

Deputada federal eleita por São Paulo Joice Hasselmann, o candidato ao governo de São Paulo João Doria e o economista Paulo Guedes durante entrevista na casa de Paulo Marinho, no dia 12 de outubro. Foto: Fabio Motta/Estadão

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“Foi uma conversa olho no olho, falamos sobre educação no Brasil e o futuro do nosso país. A gente está quase lá, Jair já está com a mão na faixa e a gente sabe que algumas armadilhas vão acontecer no meio do caminho e estamos preparados. Estou em campanha por ele, viajando o país”, afirmou a deputada.

Joice defendeu a decisão do candidato de não comparecer a debates com seu opositor Fernando Haddad (PT): “O craque não vai entrar em campo depois dos 7 a 1. Ele está com a faixa na mão, é o grande líder das pesquisas. Se o craque está contundido, não tem que entrar em campo, não tem que se expor. Ademais, quem é o Haddad na ordem do dia? É uma figura que representa um presidiário. O Jair não tem que baixar a esse nível não”, disse.

Segundo a deputada, a adesão de parlamentares à base de apoio de Bolsonaro vai garantir votos suficientes para aprovar até propostas de emenda constitucional, que exigem 308 votos favoráveis. “A governabilidade está mais fácil do que eu imaginava. Nós temos agora, antes do segundo turno, uma bancada de 300 e tantos deputados. Some-se a isso os parlamentares que virão para o PSL por conta da cláusula de barreira (em seus partidos). Então a gente terá fácil uma bancada grande inclusive para aprovar propostas de emenda constitucional.”

Sobre o anúncio de que o PT deve recorrer à Justiça para tentar impugnar a candidatura de Bolsonaro em função do apoio de empresários que teriam pago pela divulgação de boatos pelas redes sociais, Joice disse que não se preocupa: “É o que cabe a eles, tentar a sorte. Com base em quê? Esse é o momento do desespero. Tenta a sorte, pode ir à Justiça, fazer dossiê, fazer manchete de jornal, não tem problema nenhum”.

Sobre a disputa ao governo de São Paulo, entre o tucano João Doria e o atual governador, Márcio França (PSB), Joice disse que apoia Doria porque ele “é rejeitado pelo PSDB”: “Estou trabalhando pelo Doria por um simples motivo: ele é um liberal escondido no PSDB. Acho o PSDB um dos piores partidos da nossa história recente, porém o Doria é rejeitado pelo PSDB. Se é rejeitado, tem meu voto de confiança. O Márcio França tem alinhamento histórico com a esquerda, o PSB tem alinhamento histórico com o PT, e eu não vou apoiar um partido que no outro dia vai ser oposição ao Bolsonaro”.

A deputada elencou as primeiras pautas que, segundo ela, devem ser debatidas e colocadas em votação no Congresso Nacional durante a próxima legislatura: “Nos primeiros 100 dias de governo, (as prioridades serão) a pauta econômica certamente, Escola sem Partido certamente, algumas das nossas bandeiras, como a flexibilização da posse de armas, a redução da maioridade penal. Esses devem ser temas que junto com a agenda econômica devem dominar os primeiros 100 dias do Congresso”. Questionada sobre as pautas econômicas, Joice citou a redução de impostos, “simplificar a questão tributária” e a reforma da Previdência, “mas não essa que está aí, uma outra reforma da Previdência”.

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Por fim, a deputada afirmou que a princípio não pretende assumir um cargo no Executivo: “Fui eleita para estar no Congresso Nacional. Me vejo como líder, líder do governo, líder de bancada, são essas as conversas que tenho tido com o presidente do partido. Não tenho intenção nenhuma de ser ministra de nada. Não falei com Bolsonaro a respeito. Pretendo cumprir meu mandato até o fim. Se for escalada, isso será uma conversa minha com nosso 01”.

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