25 de março de 2014 | 02h07
Na época em que esteve no DOI, o delegado de polícia civil ficou conhecido pelo codinome JC, de Jesus Cristo, por causa dos cabelos longos. O uso de codinomes era comum entre os agentes públicos, militares e civis que atuavam nos serviços de informação e repressão política. O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou a seção paulista do Destacamento de Operações de Informações (DOI), era conhecido como Major Tibiriçá. O delegado Aparecido Laerte Calandra, outro policial civil que atuou naquele departamento, era o Capitão Ubirajara.
A audiência com o delegado, que confirmou a presença, está marcada para as 11 horas, na sede da Câmara, na região central da cidade. Segundo informações do presidente da comissão, vereador Gilberto Natalini, o delegado, ao receber o convite para depor, teria concordado imediatamente. "Ele disse que há muito tempo espera a oportunidade de dar sua versão para os fatos", contou Natalini.A comissão não tem o poder de convocar testemunhas, como ocorre com a Comissão Nacional da Verdade.
Gravina já negou envolvimento direto em casos de tortura. Alegou que trabalhava no setor de análise das informações obtidas nos interrogatórios e tentou, sem sucesso, deixar o DOI-Codi na época em que lá atuou.
A comissão também deve ouvir hoje ouvir das ex-presas políticas Lenira Machado e Rita Sipahi, que devem denunciar Gravina por tortura. Os depoimentos estão marcados para as 9 horas.
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