PUBLICIDADE

Debate foi morno, Kassab melhorou e Marta atacou, diz cientista

Para Hilton Fernandes, da Escola de Sociologia e Política, falta de embate de Kassab e Alckmin prejudica tucano

PUBLICIDADE

Por Gisele Silva
Atualização:

O cientista político da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Hilton Fernandes, considerou "morno" o debate da TV Bandeirantes em São Paulo na última quinta-feira, 11. Ele atribui o resultado à preocupação dos candidatos em "não errar". A candidata do PT, Marta Suplicy, segundo ele, foi a única que saiu um pouco da regra e atacou os candidatos empatados em segundo lugar nas pesquisas, Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM). Em contrapartida, a petista virou alvo preferencial dos adversários. "Normalmente, é o candidato da situação que é sempre o atacado. Mas a Marta, por estar na liderança, foi a mais atacada", afimou. Veja também: Ouça áudio da entrevista com Hilton Fernandes  Especial: Perfil dos candidatos Blog: veja os destaques do debate da TV Bandeirantes Leia as propostas dos candidatos para SP  Veja gráfico com pesquisas Ibope/Estado/TV Globo Vereador digital: Conheça os candidatos à Câmara de SP  Tire suas dúvidas sobre as eleições de outubro Para Hilton, Kassab foi melhorando ao longo do debate, "começou tímido e foi se soltando". A falta de embate entre o prefeito e Alckmin, de acordo com o cientista político, prejudica o tucano. "Alckmin está um pouco sem saída. Se ele critica o Kassab agora, num eventual segundo turno, vai ter dificuldade para conseguir apoio do Kassab. E não discutir com o Kassab, perde a chance de ir para o segundo turno. Ele está em uma situação complicada", avaliou. O cientista político diz que há uma polarização entre Marta e Kassab. "A grande saída para Kassab desde o início da campanha era polarizar com Marta. Em SP, temos historicamente a polarização entre PT e outro partido. O PT forte, com condições de ir para o segundo turno, e outro para polarizar. A campanha do Kassab tinha que fazer isso. Ele tinha 11%. Era a única chance de ele crescer. Alckmin ficou sem saída desde o começo. Não conseguiu se colocar como oposição ao PT nem criticar o Kassab, cujo governo é ligado ao de Serra", afirmou. Hilton Fernandes destacou como ponto alto do debate "a discussão de Marta com Alckmin e Kassab", quando a petista lembrou que o candidato do DEM foi secretário de Planejamento do ex-prefeito Celso Pitta. E quando ela atacou as políticas de Alckmin, no governo do Estado, na questão da segurança. O ponto baixo, segundo ele, foi a discussão sobre reforma política, tema que estava deslocado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.