1983Minas, comandada por Tancredo Neves, repassa Cr$ 30 milhões para a prefeitura de Cláudio, comandada por Múcio Guimarães Tolentino, cunhado do governador. O dinheiro é usado na construção de um aeroporto de terra batida na fazenda de Múcio, que alega ter acordo "verbal" com o cunhado sobre a desapropriação da área. Tancredo morre em 1985.
1995Câmara Municipal de Cláudio recebe relatório do Tribunal de Contas sobre gastos públicos no aeroporto de terra batida. Vereadores tentaram investigar a legalidade do negócio. Pedem a Múcio que passe o aeroporto para o município e tentam convencer Risoleta Neves, viúva de Tancredo, a intervir, mas eles não têm sucesso.
2000Vereadores vão ao Ministério Público, que abre investigação e ingressa com ação civil contra Múcio pedindo a indisponibilidade de seus bens, incluindo o terreno do aeroporto, quebra de sigilo bancário e ressarcimento ao erário. Risoleta morre em 2003.
2003O processo contra Múcio é arquivado pela Justiça. Depois é reativado. Continua em andamento ainda hoje. Parte das acusações prescreveu, mas a Constituição veda a prescrição do ressarcimento ao erário.
2008Minas, agora comandada por Aécio Neves, neto de Tancredo e sobrinho de Múcio, desapropria a área dentro da fazenda do tio-avô onde havia a pista de terra batida. O valor oferecido pelas terras foi de R$ 1 milhão.
2009Governo de Minas gasta R$ 13,9 milhões na construção da pista de 1 km de asfalto para aviões de pequeno e médio porte. A obra dura um ano. A cidade vizinha de Divinópolis, a 50 km de Cláudio, já dispunha de aeroporto. Enquanto isso, Múcio contesta o valor da desapropriação.
2014O jornal Folha de S.Paulo publica reportagem sobre a construção do aeroporto e mostra que as chaves do local continuam nas mãos dos parentes de Aécio. Fernando Tolentino, um dos filhos de Múcio, diz que o aeroporto costuma ser usado pelo tucano, cuja família tem uma fazenda que fica a 6 quilômetros da pista construída com verba do governo de Minas. Candidato à Presidência, Aécio nega irregularidades e afirma que adversários exploram o caso eleitoralmente.