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Cracolândia pauta ataque tucano ao PT

Em debate ontem, pré-candidatos do PSDB à Prefeitura, por orientação do governador, criticaram gestões petistas e o ministro Haddad

Por Julia Duailibi , Fernando Gallo , Gustavo Uribe e AGÊNCIA ESTADO
Atualização:

Sob orientação do Palácio dos Bandeirantes, os pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de São Paulo e o presidente municipal do partido, secretário estadual de Planejamento, Júlio Semeghini, atacaram ontem o PT e o governo federal ao falarem sobre a operação na cracolândia, na região central de São Paulo.Os quatro pré-candidatos tucanos, que participaram de debate do partido, receberam telefonemas da equipe de comunicação do Palácio pedindo a eles que respondessem aos ataques do PT à ação da Polícia Militar no centro da cidade. Foram também enviados aos tucanos números sobre as apreensões de crack, as internações e as prisões de traficantes feitas pela polícia.A ideia era que os pré-candidatos e os líderes do partido saíssem em defesa da ação realizada pelo governo do Estado em parceria com a Prefeitura, o que foi seguido à risca."Ao dificultar a ação dos traficantes, apreendemos 16 mil pedras de crack. Isso mostra como as pessoas estão passando com toda a facilidade pelas fronteiras do Brasil e chegando aqui com sacos, caixas e caminhões cheios de crack", afirmou Semeghini, para quem faltou "coragem do governo federal para evitar que as coisas chegassem a este ponto"."Os oportunistas estão pegando carona na tragédia humana", criticou Andrea Matarazzo, pré-candidato e secretário de Cultura. Segundo ele, a gestão do PT na Prefeitura "consolidou" o crack na região central. "Eles hoje vêm reclamar de que está errado, mas podiam ter feito na época."A operação na cracolândia será um dos principais temas da campanha municipal deste ano. Munidos de pesquisas que mostram aprovação da população em relação à ação da polícia, os tucanos vão defender a operação. Os petistas, por sua vez, já criticam o plano do governo estadual, ao atacar episódios de abuso cometidos pela polícia.Conforme noticiou o Estado no domingo, o PT vai escalar o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para elaborar um projeto de combate ao consumo de droga para o candidato do partido à Prefeitura, ministro Fernando Haddad (Educação). No final de semana, o petista classificou de "desastrada" a operação da polícia, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.Ataque. Num discurso casado, os pré-candidatos tucanos acusaram as gestões petistas de não agirem para fortalecer a segurança nas regiões fronteiriças e, consequentemente, de permitirem a entrada das drogas no Brasil."O crack não é produto oriundo do Brasil e nossas fronteiras estão escancaradas. O governo federal há 9 anos não faz absolutamente nada para evitar o tráfico de entorpecentes. O que estamos tentando fazer hoje é tentar corrigir algo que aconteceu há muito tempo. Não adianta dizer que a culpa é da Prefeitura ou do governo (estadual) se o governo federal não fez a lição de casa", criticou Trípoli.Os pré-candidatos defenderam a ação da polícia. "Essa ação firme tem ajudado muito a enfrentar o problema e nós queremos a participação do governo federal", declarou o secretário Bruno Covas (Meio Ambiente).Para José Aníbal (Energia), "o governo do PT não permite a internação dos dependentes químicos, o que não contribuiu em nada até aqui".O debate de ontem foi o segundo promovido pelo partido no processo de prévias internas, que estão marcadas para ocorrer no dia 4 de março.

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