Críticos do candidato do PSL à Presidência nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, reuniram os principais artigos sobre o deputado que têm sido feitos pela imprensa internacional em uma tentativa de convencer eleitores e indecisos a não votar no capitão reformado. A lista traz artigos de publicações na Alemanha, Argentina, África do Sul, Áustria, Austrália, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Itália, México, Moçambique, Peru, Portugal, Polônia, Catar, Reino Unido e Suíça.
Nos textos, alguns de publicações importantes no cenário mundial, como Clarín,Der Spiegel, The Guardian, The Economist, Corriere della Sera, Le Figaro e The New York Times qualificam Bolsonaro como militarista, xenófobo, populista de direita, "Trump dos trópicos". Eles também alertam para uma "tentação autoritária e retorno a dias sombrios caso o candidato do PSL vença a eleição.
" Bolsonaro ganhou espaço na preferência do eleitor em uma disputa com muitos candidatos. Um populista de direita, ele defendeu a deplorável ditadura militar que governou o País entre 1964 e 1985 e justificou o uso da tortura", escreveu o New York Times.
A revista britânica The Economist, que dedicou a capa de uma edição recente ao candidato, afirmou que as propostas de Bolsonaro para o Brasil são "brutais". "Ele acredita que um policial que não mata não é um policial e quer reduzir a idade penal para 14 anos, medidas de linha dura que pertencem a uma visão de mundo autoritária", diz a publicação.
O Guardian, outro diário do Reino Unido, lembrou os elogios feitos por Bolsonaro ao ditador chileno Augusto Pinochet e sua defesa da ditadura militar.
O argentino Clarín lembrou da proposta que prevê a facilitação do acesso a armas de fogo no Brasil. "Em um país onde há 60.000 assassinatos por ano, promove uma legislação para que as pessoas possam ter fácil acesso às armas. Assim, diz Bolsonaro, o homem comum poderá exercer seu “direito à defesa”, diz o jornal.
No México, o El Universal lembra que a vitória de Bolsonaro pode marcar um retorno de um militar ao poder no Brasil pela primeira vez desde o fim da ditadura.
Na Itália, enquanto o Corriere della Sera chama Bolsonaro de pesadelo, o La Repubblica afirmaque o capitão reformado é "o homem vindo do nada que pretende se tornar o próximo presidente do Brasil", com "slogans eficazes que lhe renderam mais apoio do que crítica".
Amigo de militares, apoiador da ditadura, favorável ao uso de armas, inimigo de gays é conhecido por suas frases xenófobas e racistas, que "na incerteza que domina as eleições mais importantes do Brasil também pode se tornar o Messias que todo mundo está esperando”.
Na França, o Le Figaro diz que a campanha do militar seduz um a cada cinco brasileiros, cansados da corrupção política, da violência nas ruas e da interminável crise com o desemprego em massa. A publicação ainda afirma que o capitão gosta de se comparar a Donald Trump e que nunca brilhou nem no quartel nem na Câmara dos Deputados, a não ser por provocações e discursos preconceituosos.
O Le Monde coloca Bolsonaro como um "patriota" que ganhou atenção defendendo Deus, a família e falando do golpe militar de 1964 como uma "revolução democrática". O jornal ainda destaca a carreira política insignificante do deputado federal, afirmando que durante 27 anos no Congresso, o candidato era apenas um político conhecido por suas ofensas verbais do que por seu ativismo parlamentar.
O Libération afirma que "racista, homofóbico e sexista, este capitão nostálgico da ditadura tira proveito do descrédito que pesa sobre a classe política brasileira" e que Bolsonaro pode liquidar a democracia, caso eleito. O jornal ainda aponta que o candidato do PSL quadruplicou suas intenções de votos nos últimos dez anos, alimentando-se do ódio ao PT.