Competitividade supera a mensagem

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Por ANÁLISE: João Bosco Rabello
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A opção de lançar Márcio França ao governo de São Paulo e apoiar Pimenta da Veiga em Minas e Miro Teixeira no Rio indica que Eduardo Campos segue uma linha realista nas negociações estaduais. O PSB sai com um candidato próprio no maior colégio eleitoral do País, reafirma o acordo com o PSDB mineiro, que tem recíproca dos tucanos em Pernambuco, e apoia o PROS no Rio. Outra decisão fugiria à lógica eleitoral que ainda prevalece sobre o sonho da Rede de uma "política nova", cuja implementação carece de mais clareza. A nova política depende mais de uma revolução de costumes do que legislativa ou determinante do fim de alianças heterogêneas.Extrai-se dessas definições o critério objetivo que as orientou, preservando candidaturas competitivas e evitando rupturas Prejudiciais ao interesse maior da oposição, que representam Aécio Neves e Eduardo Campos, de chegar à Presidência. Marina Silva tenta emplacar os interesses da Rede, o que é legítimo, mas os candidatos de sua preferência em Estados estratégicos privilegiam o "sonho" em detrimento de uma estratégia com potencial vitorioso. Entre os colégios eleitorais decisivos, o Rio foi exceção, pois Miro Teixeira tem o apoio da ex-ministra.O desfecho desse embate dentro de uma aliança PSB-Rede é uma opção pela competitividade acima da mensagem. Parece mostrar à ex-ministra que o caminho mais simples talvez esteja na consolidação de candidaturas de escolha da Rede em Estados de menor potencial de conflito com o PSB.Uma espécie de costura de fora para dentro do mapa eleitoral em relação aos centros de maior densidade e influência, iniciando um processo de capilaridade da Rede, que poderá fortalecê-la quando partido político. O cronograma eleitoral não favorece uma postura inflexível dentro de uma aliança que ainda precisa resgatar o tempo perdido e ganhar visibilidade.

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