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Com a vitória em BH, Lacerda, Aécio e Pimentel defendem aliança

Por MARCELO PORTELA
Atualização:

O prefeito eleito da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB), e seus principais cabos eleitorais, o governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito Fernando Pimentel (PT) afirmaram que o resultado da eleição na cidade foi uma vitória da "tese da aliança", que uniu tucanos e petistas em torno da candidatura. Em entrevista coletiva após a confirmação do resultado, Lacerda agradeceu a Aécio e Pimentel e afirmou que seu governo terá gestão participativa. "Quero agradecer principalmente ao governador e ao prefeito, que me honraram com seu apoio desde o início. Belo Horizonte precisava dar continuidade a esse projeto de trabalharmos junto e intensificarmos essa parceria", afirmou. "A aliança que fizemos em Belo Horizonte se mostrou vitoriosa, acima de interesses partidários. Abrimos o caminho do futuro para a cidade e para o Brasil. Pode vir a ser parâmetro para outras construções," emendou Fernando Pimentel, sem confirmar se há projeto de repetir a aliança com os tucanos nas eleições de 2010. "Essa vitória é a vitória de um projeto, mais que de um candidato. É um projeto de Minas. É mais uma vez, Minas sinalizando com o novo, na vanguarda. Estamos dizendo que os homens de bem não precisam estar eternamente se digladiando, disputando o poder, se podem somar forças e construir projetos em favor das pessoas", avaliou Aécio. "O Brasil começará a olhar com mais atenção, não apenas Minas Gerais, mas a possibilidade de conseguirmos fazer isso para o futuro. Essa não é apenas a eleição do candidato do governador e do prefeito. Sinaliza para algo novo no Brasil", completou o governador. Aécio afirmou que as críticas ao processo eram esperadas, mas que a vitória de Lacerda, com o apoio da aliança, foi "o fato político mais importante das eleições municipais." "O Brasil pode parar e olhar com mais atenção a esse grande laboratório de gestão pública eficiente e parcerias políticas",defendeu. FRUTOS E COBRANÇA O governador admitiu, porém, que a possibilidade de parcerias semelhantes em outras capitais, como São Paulo, onde o governador José Serra apoiou o prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM), pode ser um pouco mais difícil de ocorrer. "Cada Estado e cada município tem a sua realidade e elas são distintas. Aqui havia ambiente para isso. É claro que em outras cidades não há esse terreno tão fértil. Mas o que estamos plantando aqui em Minas Gerais, em algum momento vai germinar no Brasil inteiro", acrescentou. Durante a coletiva, Lacerda e Aécio também cobraram explicações do Ibope, diante do resultado da pesquisa divulgada no sábado mostrando empate técnico entre os candidatos à prefeitura da capital - Lacerda teve 59,12 por cento dos votos válidos, contra 40,88 por cento de Quintão. "Não estamos falando de equívocos naturais. Estamos falando de erro crasso", avaliou Aécio. "Faço um apelo público ao Ibope. Acho que ele deve uma explicação ao povo de Belo Horizonte." Durante a coletiva, Lacerda afirmou que seu governo seguirá a linha da candidatura - que teve 12 partidos coligados - em torno de uma "gestão participativa", mas negou que haverá loteamento de cargos na prefeitura, mesmo com tantos partidos para atender. O prefeito eleito disse que apesar da intensa troca de ataques com Quintão no segundo turno, há possibilidade de peemedebistas integrarem seu governo. "Tudo que bons cidadãos filiados ao PMDB puderem trazer de boas idéias será sempre bem- vindo", salientou.

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