PUBLICIDADE

'Chalita é candidato e nunca cogitou ser vice', diz Temer

Vice-presidente da República antecipa-se à pressão do PT e mantém deputado na disputa pela Prefeitura de São Paulo

Por Christiane Samarco e BRASÍLIA
Atualização:

O vice-presidente da República, Michel Temer, avisa: parceria eleitoral com o PMDB na disputa pela Prefeitura de São Paulo só no segundo turno. O ingresso do ex-governador tucano José Serra na corrida municipal não altera o projeto peemedebista de eleger o deputado Gabriel Chalita prefeito da capital, assegura o vice-presidente.Dirigentes do PMDB avaliam que vem aí um "verdadeiro cerco" do PT para desmontar a candidatura do partido em troca da vice do pré-candidato petista Fernando Haddad e já ensaiam a resistência."Chalita é o candidato a prefeito do partido e nunca cogitou ser vice", adianta Temer que, nos últimos dias, não foi procurado pelo PT nem por emissários do governo federal com apelos em favor da candidatura do ex-ministro Fernando Haddad.Na única conversa que teve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a disputa paulistana, há cerca de três meses, Temer ponderou que, até para o efeito de divisão de votos, o ideal seria lançar dois candidatos da base governista, aproveitando a boa penetração de Chalita na classe média alta."Aquele que chegar ao segundo turno apoia o outro", sugeriu o vice-presidente. Na ocasião, Lula não discordou.A disposição dos peemedebistas de manter a candidatura própria vai além de São Paulo. Dirigentes do partido nas cinco regiões do País sentem-se ameaçados pela ofensiva eleitoral do PT para ampliar sua presença em municípios. Temem perder para o aliado o status de maior partido em número de prefeitos, o que enfraqueceria a legenda, que tem sua força eleitoral calcada nas bases municipalistas. Por isso mesmo, um cardeal do partido que prefere o anonimato afirma que o PMDB não fortalecerá a cúpula do PT em São Paulo e justifica: "Quem mais sofre com a hegemonia petista são os aliados. Se dermos mais poder ao PT, seremos massacrados por eles em Brasília e nos demais Estados".Bancadas. O que move a cúpula peemedebista nas disputas municipais em todo o País é a constatação de que o desempenho eleitoral em 2012 se refletirá no tamanho das bancadas federais e nos governos estaduais.Neste cenário, projetos como a candidatura do deputado Gabriel Chalita em São Paulo e o da reeleição do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, encabeçam a lista das prioridades porque são considerados fundamentais para o crescimento do PMDB. Afinal, sem bancadas grandes de deputados e senadores, o partido perderá para o PT o comando do Congresso.A briga entre petistas e peemedebistas fica ainda mais acirrada diante do entendimento geral de que está em jogo, desde já, o comando de cidades estratégicas para os projetos futuros de poder das duas legendas, mirando os governos estaduais, o Palácio do Planalto e o comando do Congresso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.