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Cardozo determina à PF 'apuração rigorosa' sobre operação em avião de Lobão Filho

Agentes que seguiriam denúncia anônima teriam revistado aeronave, automóveis e integrantes da comitiva do PMDB. Nada foi encontrado

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Por Tania Monteiro
Atualização:
Lobão Filho em evento da coligação; o problema causou um grande mal-estar entre os peemedebistas, que consideraram o episódio "inaceitável" Foto: Divulgação

Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, encaminhou nesta quinta-feira, 25, ofício à Polícia Federal, determinando "apuração rigorosa" da "operação" realizada em Imperatriz, no Maranhão, que resultou em busca no avião do candidato peemedebista ao governo do Maranhão, Edison Lobão Filho. O tipo de apuração a ser feita será decidida pela própria Polícia Federal.

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A abordagem da PF aconteceu no aeroporto da cidade de Imperatriz, no interior do Maranhão, quando o senador ia cumprir sua agenda. Agentes federais que estariam seguindo uma denúncia anônima teriam revistado a aeronave, os automóveis e os membros da comitiva do peemedebista, em busca de recursos ilegais de campanha. Nada de irregular foi encontrado.

Cardozo se reuniu no final da tarde com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada, para tratar do assunto. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também estava presente. Durante o dia, coube a Mercadante tentar contornar a situação junto ao PMDB, que estava profundamente irritado com a ação da PF. Foi Mercadante quem conversou com o vice-presidente da República, Michel Temer, para lhe assegurar que todo o episódio seria averiguado. Temer chegou a soltar uma nota, como presidente do partido, repudiando a ação da Polícia Federal. 

Segundo informações obtidas no governo, a suposta operação teria sido desencadeada no próprio Maranhão, sem ordem de Brasília. Por isso mesmo, o Palácio do Planalto está investigando para saber quem determinou que delegados e policiais federais deflagrassem um processo de busca e apreensão sem qualquer tipo de ordem judicial.

O problema causou um grande mal-estar entre os peemedebistas, que consideraram o episódio "inaceitável". Ministros consultados pelo Estado classificaram o ocorrido como "um exagero" e concordaram com a nota do PMDB, já que não existia um mandado judicial que justificasse tal ação. 

O governo quer evitar problemas com o principal aliado do Planalto exatamente na reta final do primeiro turno das eleições e com um segundo turno duro e imprevisível a ser enfrentado.

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