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Candidatura em SP depende da presidente, diz Mercadante

Por Fernando Gallo
Atualização:

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou ontem que sua eventual entrada na disputa pelo governo do Estado em São Paulo depende de aval da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, a decisão sobre uma possível candidatura será tomada até o fim de junho. Foi a primeira vez que o ministro se posicionou de maneira clara sobre o assunto."Como exerço uma função de confiança, a presidenta Dilma terá um papel decisivo. O que for melhor para ela será melhor para mim", afirmou após almoço com empresários. A declaração empurra a presidente para o jogo eleitoral e representa uma mudança no plano inicial do PT paulista, que avaliava que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiria sozinho o candidato, como fez com Dilma em 2010 e com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em 2012.Nos bastidores, petistas têm reclamado da indefinição de Dilma quanto à manutenção de Mercadante no ministério. Na reunião da qual ambos participaram na semana passada com Lula a presidente avaliou cenários, mas não anunciou posição. Embora tenha sinalizado a auxiliares que Mercadante é o nome mais forte para a disputa em São Paulo, a presidente tem dúvidas quanto a abrir mão dele no ministério. O ministro se tornou um dos principais interlocutores de Dilma no governo e é sempre citado como o provável substituto da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, caso ela saia para concorrer ao governo do Paraná.Como a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também pode deixar a pasta para concorrer em Santa Catarina, o núcleo do governo seria desmontado. Como homem forte de um eventual segundo governo Dilma, Mercadante se cacifaria para tentar um voo ainda mais alto, o de suceder a própria presidente.Aliados do ministro afirmam que, embora hesitante entre as duas possibilidades, Mercadante deseja concorrer em 2014, mas aguarda, além do aval de Dilma, uma posição mais clara de Lula, que ora acena com a possibilidade de apoiá-lo, ora com o apoio ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cujos apoios internos têm crescido. Contudo, se a eleição fosse hoje e os apoios fossem colocados na mesa, Mercadante seria o candidato.O ministro da Educação deu mostras da indefinição ontem ao avaliar o momento. De um lado, disse que a decisão não será "simples nem fácil". "São Paulo é um lugar estratégico, mas estou muito feliz de trabalhar com a presidenta. É muito complicado deixar o ministério."Ao mesmo tempo, ao argumentar que uma candidatura majoritária não se constrói por desejo pessoal, e afirmar que em 2010 jogou "para o time" por ter sido candidato ao governo quando seu desejo era o Senado, indicou que faz contas para a disputa de 2014. "Tive 35% dos votos e não fui pro segundo turno. Mas vejam como cada eleição é uma eleição. O Fernando Haddad com 29% dos votos foi para o segundo turno e ganhou", lembrou.

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