Estrelas nos palanques de aliados no Sudeste, Norte e Nordeste, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram "convidados" a ficar longe do segundo turno em Curitiba. Os candidatos à prefeitura da capital, Gustavo Fruet (PDT) e Ratinho Júnior (PSC), enaltecem em entrevistas as relações com o Planalto, não querem Lula e Dilma na propaganda rival e enfatizam o escândalo do mensalão, que atingiu o governo petista. O candidato do PSC, filho do apresentador de TV Ratinho, participou ontem de almoço com professores da rede pública e, após o evento, reclamou em entrevista que, ao contrário de Dilma e Lula, o casal de ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), tutores da candidatura de Fruet, não mantém a neutralidade e usa a influência para "bancar" a eleição do pedetista. "A candidatura do Gustavo Fruet é tão ilegítima que o Lula e a Dilma não aceitam participar", afirmou. Mensalão. No começo da semana, Ratinho divulgou mensagem do ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão, exaltando o primeiro lugar de Fruet nas pesquisas. Por sua vez, Fruet disse ontem em entrevista à rádio CBN que a política não suportava mais "esperteza" como a dos envolvidos no mensalão. Fruet ainda negou que já tenha feito aliança para apoiar Gleisi na disputa pelo governo do Estado em 2014. "Ele (Ratinho) tenta nacionalizar a eleição e achar contradições de minha parte", disse Fruet. Embora sejam aliados do Planalto, Ratinho e Fruet usam de forma discreta a imagem de Lula e Dilma nas campanhas. Na reta final, tentam atrair os eleitores dos derrotados no primeiro turno, especialmente os do prefeito Luciano Ducci (PSB), que não conseguiu se reeleger.