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Candidatos derrotados se dividem em apoio para Bolsonaro e Haddad no segundo turno

Ciro, Alckmin, Amoêdo, Marina e Henrique Meirelles preferiram não declarar abertamente seus posicionamentos, mas já deram indícios de quem vai apoiar quem no segundo turno

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Por Redação
Atualização:

Alguns dos candidatos derrotados na disputa pela Presidência da República nas eleições 2018, adotaram discursos distintos após a confirmação de que o segundo turno será realizado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Teve quem decidisse não declarar apoio para nenhum dos lados, mas alguns deles já deram indícios de seu lado na disputa. 

Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) vão disputar o segundo turno Foto: Adriano Machado e Rodolfo Buhrer/Reuters

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Ciro Gomes é um deles. Sem assumir seu apoio para Haddad, o candidato do PDT deixou claro que não deverá apoiar Bolsonaro."(Vejo a polarização) com muita angústia e preocupação. Vamos esperar o resultado das eleições, mas o Ceará é um Estado muito politizado, eu estou avisando. Não posso demorar uma semana (para decidir sobre apoio no segundo turno), não. Eu costumo decidir as coisas assim, mas é que agora eu represento um conjunto muito grande de forças. Então eu quero anunciar por mim, o meu espírito é continuar fazendo o que eu fiz a minha vida inteira: lutar em defesa da democracia e contra o fascismo. Ele (Bolsonaro) não. Sem dúvida", disse o cearense.

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, fez um rápido discurso no comitê de campanha do partido, na capital paulista. Último dos presidenciáveis a se pronunciar sobre o resultado das eleições, o tucano pregou “absoluto respeito ao resultado das urnas” e disse que a executiva nacional do partido deve se reunir na próxima terça-feira para decidir, entre outras coisas, sobre uma eventual declaração de apoio no segundo turno.

“Quero transmitir nosso absoluto respeito ao resultado das urnas e, de outro lado, destacar nossa serenidade, como democratas que somos, e nossa humildade. Percorremos o Brasil inteiro conhecendo a população e aprendendo sobre esse País continente”, afirmou o tucano.

Henrique Meirelles, do MDB, também não quis adiantar seu apoio no segundo turno. Ele pediu “união” e se colocou à disposição para “ajudar o Brasil”. “Contem comigo sempre para trabalhar pelo Brasil. Não para trabalhar por um grupo ou por um projeto específico”, disse o ex-ministro da Fazenda, evitando dar seu apoio ou o do partido a algum candidato no segundo turno.

Candidato do partido Novo, João Amoêdo, não descartou apoio a Bolsonaro no segundo turno. Só disse que “não há possibilidade de apoiar o PT”. O partido avaliará um possível apoio ao militar. “O PT se mostrou muito desalinhado em todo esse tempo com os ideais do Novo, principalmente com as práticas, pois não basta apenas ter as mesmas ideias. Então, o que vai pautar qualquer decisão é a pauta de trabalho. A gente precisa entender um pouco mais as ideias do Bolsonaro”, comentou. 

Quanto a Marina Silva, a ex-senadora e candidata pela Rede, culpou à estratégia do voto útil como motivo de seu desempenho tão ruim. "Infelizmente, uma realidade marcada cada vez mais pela velha polarização, que agora se tornou tóxica nessa campanha. As candidaturas que não estavam nesses polos tóxicos acabaram sofrendo um esvaziamento em função da pregação do voto útil", afirmou Marina, em coletiva de imprensa realizada nesta noite, no comitê de sua campanha, em Brasília. 

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Questionados sobre como se posicionarão no segundo turno, Marina Silva e o vice em sua chapa, Eduardo Jorge, do PV, afirmaram ainda não terem tomado uma decisão, mas não descartaram declarar apoio em Haddad. Sem citar nomes, ambos disseram que não apoiam "candidatos autoritários".

"Não temos nenhuma identificação com nenhum projeto autoritário, pelo menos da minha parte. Mas também é preciso que se reconheça que a democracia é prejudicada tanto pelas ideias autoritárias quanto pelo uso da corrupção que distorce a opção soberana dos eleitores como aconteceu em 2014 com tudo o que está aí", afirmou Marina.

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