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Candidato, Alvaro Dias diz que convidará Sérgio Moro para ser Ministro da Justiça

Senador teve sua candidatura à Presidência oficializada neste sábado em convenção do Podemos, em Curitiba

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Por Katna Baran
Atualização:

Em convenção do Podemos neste sábado, 4, que confirmou seu nome como candidato à Presidência da República nas eleições 2018, o senador Alvaro Dias afirmou que, se eleito, vai convidar o juiz federal Sérgio Moro para ser Ministro da Justiça – titular da Operação Lava Jato no Paraná – do seu governo.

“Ele é o ícone da nova justiça brasileira, símbolo do nosso povo, a nossa esperança para completar a tarefa de limpeza do País”, discursou em Curitiba.

Convenção do Podemos em Curitiba Foto: Denis Ferreira Netto/Assessoria de Alvaro Dias

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Na sua fala, Dias priorizou suas propostas de combate à corrupção e confirmou que convidou também os juristas René Dotti, Miguel Reale Junior e Modesto Carvalhosa para fazerem parte do seu governo. Reale estava presente no evento em Curitiba. Moro não quis comentar a declaração.

À imprensa, Dias cutucou as siglas que “negociaram” alianças com cargos no governo em troca de tempo de propaganda eleitoral e fundo partidário. “Vamos começar mudando a prática, na constituição da equipe, expulsando essa interferência indevida de siglas partidárias que negociaram espaço durante a campanha eleitoral. O Brasil verá ao anunciarmos o ministério, que será um ministério que honrará o país, pois escolheremos os melhores”, disse.

Durante as articulações da pré-campanha, Dias chegou a conversar com partidos do chamado “Centrão”, que acabaram se aliando com Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pela Presidência. O senador foi cotado como vice do tucano por diversas vezes, mas sempre negou a possibilidade. Além do PSC do vice Paulo Rabello de Castro, Alvaro terá na coligação o PRP e o PTC, e afirmou que ainda está buscando outros partidos. O prazo para fechamento das alianças se encerra na próxima segunda-feira, 6.

Por ser do Paraná, Alvaro escolheu a capital para a confirmação da sua candidatura. O evento, no entanto, contou com aproximadamente metade do público de convenções estaduais realizadas no mesmo local, cerca de 2 mil pessoas. Alvaro Dias é um político de tradição no estado do Paraná. Foi governador do Estado entre 1987 e 1991, deputado federal e estadual em anos anteriores, e hoje ocupa o cargo de senador, para o qual foi reeleito em 2014 com 77% dos votos.

O fato de ter trocado de partido por oito vezes e o desconhecimento por boa parte do eleitorado são considerados desafios para a campanha do senador à Presidência. Na convenção, ele afirmou que Rabello irá percorrer o Nordeste para atrair votos na região.

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Em 2010, quando ainda integrava o PSDB, ele chegou a ser cogitado como vice de José Serra (PSDB) na disputa à Presidência da República. 

Apoio estadual

Na convenção, Alvaro Dias declarou que o Podemos não fará aliança formal com nenhum dos pré-candidatos ao governo estadual e deixará os filiados livres para subir em palanques. A falta de apoio dele ao irmão, Osmar Dias (PDT) foi apontado como o principal motivo para a desistência de candidatura ao governo pelo pedetista, anunciada nesta sexta-feira, 3. Aliados de Osmar declaram que Alvaro teria que explicar o racha com o irmão para o País.

Alvaro afirmou no evento que já havia afirmado ao irmão que o apoiaria “no momento adequado”. “Podem fazer as especulações que quiserem, podem tentar jogar um contra o outro. Nós nos conhecemos bem, ele sabe e foi avisado que teria o meu apoio no momento adequado”, declarou. “Não falem em apoio no Paraná, estou falando de Brasil”, disse.

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Por se alistarem geralmente a partidos contrários ideologicamente, os irmãos historicamente evitam confrontos familiares e conflitos que os prejudiquem diretamente nos pleitos. Em 2010, Osmar aguardou até o último momento a negativa de Alvaro como vice de Serra para poder se lançar candidato ao governo do Paraná, já que era apoiado na campanha pelo PT.

Em 2018, Osmar já havia se lançado como pré-candidato ao governo do Paraná, mas anunciou a desistência da campanha diante de dificuldades para formar alianças no Estado, principalmente com o partido do irmão, o Podemos, que, apesar da proximidade, até então, não havia anunciado formalmente o apoio a Osmar.

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